OAB/RJ faz ato no próximo dia 27/8 para lembrar os 30 anos do assassinato de Lyda Monteiro
No próximo dia 27/8, às 15h, a OAB/RJ vai realizar um ato público para lembrar os 30 anos do atentado terrorista que matou a secretária da entidade, dona Lyda Monteiro. Na manifestação, os advogados vão inaugurar uma placa em homenagem à funcionária da OAB que foi vítima de uma carta-bomba endereçada ao então presidente do seu Conselho Federal, Eduardo Seabra Fagundes.
Da Redação
terça-feira, 24 de agosto de 2010
Atualizado em 23 de agosto de 2010 14:18
Ato público
OAB/RJ faz ato no próximo dia 27/8 para lembrar os 30 anos do assassinato de Lyda Monteiro
No próximo dia 27/8, às 15h, a OAB/RJ vai realizar um ato público para lembrar os 30 anos do atentado terrorista que matou a secretária da entidade, dona Lyda Monteiro.
Na manifestação, os advogados vão inaugurar uma placa em homenagem à funcionária da OAB que foi vítima de uma carta-bomba endereçada ao então presidente do seu Conselho Federal, Eduardo Seabra Fagundes.
"Com o ato, queremos lembrar, sobretudo às novas gerações de advogados, que no Brasil, em determinado contexto histórico, viveu-se sob uma ditadura militar, que aqui havia um estado repressivo e que setores militares praticavam atentados terroristas, torturas e tentavam matar seus contestadores com cartas bombas. A OAB continua até hoje a cobrar a apuração do crime e a punição dos responsáveis. E que não se justifique, novamente, que torturadores e terroristas foram anistiados em 1979, porque o atentado foi em 1980. Portanto, seus autores, neste caso, não estão encobertos pela Lei de Anistia", afirmou Wadih Damous, presidente da Seccional do Rio de Janeiro.
A OAB/RJ também vai promover uma sessão solene em homenagem à secretária da entidade, no horário exato em que explodiu a bomba : 13h40. Tanto o ato público quanto a sessão solene acontecem no prédio da Marechal Câmara, 210, que já abrigou o plenário do Conselho Federal e onde hoje funciona a Caarj.
Ao comentar a passagem dos 30 anos da explosão da bomba na sede do Conselho Federal da OAB, o ex-presidente do STF e hoje de volta à advocacia, ministro Sepúlveda Pertence, lembra que aquele 27 de agosto foi um dos dias mais chocantes de sua vida : "Passados trinta anos, é quase impossível reviver a emoção e a dor daquele momento", diz ele, antes de fazer um breve relato do que viveu naquele mês de agosto, quando estava no exercício da presidência da OAB.
Pertence era vice-presidente do Conselho Federal "eu acabara de almoçar com amigos -- o presidente do Conselho Federal da OAB, Eduardo Seabra Fagundes, estava fora do Rio de Janeiro -- e, quando cheguei ao prédio onde funcionava a sede da Ordem dos Advogados do Brasil, na avenida Marechal Câmara, notei que havia um movimento anormal. Custei a acreditar no que me disseram: uma bomba explodira nas mãos de dona Lyda, uma antiga funcionária da entidade".
Apesar de seus resultados trágicos, o atentado contribuiu para apressar o fim do regime. Ao contrário do que eles pretendiam, o ato terrorista fortaleceu a posição da OAB e mobilizou diversos setores da sociedade em defesa das eleições diretas e por uma Constituinte livre e soberana.
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