Aprovada PEC que põe fim à aposentadoria compulsória de juízes com faltas graves
O Plenário aprovou nesta quarta-feira (7), a PEC 89/2003, da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que exclui da relação de punições aplicáveis a magistrados a chamada "aposentadoria por interesse público".
Da Redação
quinta-feira, 8 de julho de 2010
Atualizado às 09:03
Unânime !
Aprovada PEC que põe fim à aposentadoria compulsória de juízes com faltas graves
O Plenário aprovou nesta quarta-feira, 7/7, a PEC 89/2003 (clique aqui), da senadora Ideli Salvatti (PT-SC), que exclui da relação de punições aplicáveis a magistrados a chamada "aposentadoria por interesse público". A PEC, que na votação em segundo turno recebeu 52 votos favoráveis e nenhum contrário, também permite a perda de cargo do juiz ou membro do MP por decisão de dois terços dos membros do Tribunal ou Conselho ao qual estiver vinculado. O texto agora segue para a Câmara dos Deputados.
Segundo o relator, senador Demóstenes Torres (DEM-GO), a PEC "abre a possibilidade de o Poder Judiciário promover sua depuração por um processo mais célere que o judicial, afastando, pela via administrativa, magistrados que cometam faltas graves".
Na justificação da proposta, Ideli afirma que a previsão, com caráter de sanção, da aposentadoria de magistrados por interesse público revela-se um absurdo, já que, em lugar de servir como punição aos juízes que cometem graves irregularidades, funciona como verdadeiro prêmio.
A senadora afirma que a vitaliciedade é condição para o exercício da jurisdição de uma forma regular e de acordo com as normas legais, não devendo ser um obstáculo à responsabilização de quem comete desvios funcionais ou crimes.
Apoio unânime
Durante a discussão da matéria, vários senadores parabenizaram a senadora Ideli Salvatti pela iniciativa. Renato Casagrande (PSB-ES) ponderou que o projeto "corrige uma injustiça muito grande".
Demóstenes observou que a proposta "acaba com um privilégio odioso de magistrados e membros do Ministério Público" e Mozarildo Cavalcanti (PTB-RR) lembrou que "a aposentadoria compulsória era prêmio para juízes que cometiam delito".
Magno Malta (PR-ES) atentou para o possível efeito benéfico que a nova lei poderá ter ao permitir que "magistrados de má índole" reflitam mais antes de praticarem delitos. Na avaliação de Pedro Simon (PMDB-RS) a aprovação da PEC é marco de uma nova época no Brasil.
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Clique aqui para ler a íntegra da PEC 89/2003.
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Fonte : Agência Senado
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