Em casa de ferreiro o espeto é de pau
Como já diziam nossas avós, "em casa de ferreiro, o espeto é de pau". E como são sábios os antigos ditados.
quarta-feira, 25 de novembro de 2009
Atualizado em 24 de novembro de 2009 11:26
Em casa de ferreiro o espeto é de pau
Andréa Landé*
Como já diziam nossas avós, "em casa de ferreiro, o espeto é de pau". E como são sábios os antigos ditados.
Pensei nisso porque mais uma vez me deparei com a falta de disciplina para cuidar dos meus assuntos particulares que envolvem temas jurídicos e dependem de alguma providência de minha parte. É verdade que quando estou no trabalho sou absolutamente incansável na busca pela melhor solução, sempre tentando ser a profissional mais capacitada, preparada, pró-ativa e com a disposição máxima para resolver os temas jurídicos do meu empregador. Mas quando se trata de eficiência jurídica para assuntos particulares, não posso dizer o mesmo.
Tantas vezes deixei de buscar os meus direitos de consumidor ou pensei em processar alguém ou alguma empresa e acabei não tomando nenhuma providência prática. Enquanto no lado profissional tento não deixar passar nada, sou disciplinada e tomo, de fato, "todas as medidas judiciais cabíveis", quando se trata de cuidar dos meus direitos pessoais, me parece faltar disposição.
Toda essa auto-análise acontece, agora, porque me vi diante de uma correspondência do IPESP informando o prazo para resgatar parcialmente o saldo dos 15 anos de contribuição ante a extinção da Carteira do Advogado. Ocorre que o dito prazo já tinha expirado quando, por fim, li a correspondência e percebi que pelas novas regras, precisarei ter 70 anos para me aposentar, o que representaria 49 anos de contribuição. Ora essa, será que em qualquer outro país em que as regras sejam levadas a sério, esse tipo de alteração acontece assim, tão impunemente?
O fato é que, passadas algumas semanas, a única coisa que consegui fazer foi preencher o formulário de resgate do IPESP e enviar pelo correio com enorme pesar. Penso na advogada que tanto estudou e se preparou para a correta aplicação do Direito, mas não priorizou a busca do seu próprio direito mais do que ameaçado e me pergunto se algum dia vou tomar jeito? Só o tempo dirá...
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*Gerente jurídica da Siemens e membro do Jurídico de Saias
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