A sustentabilidade ambiental no mercado financeiro
Observa-se hoje em dia que o tema: Sustentabilidade Ambiental está em voga, estando as grandes empresas cada vez mais engajadas e interessadas em manter uma conduta ambientalmente correta, não obstante serem algumas delas extremamente degradadoras em seus segmentos.
quarta-feira, 16 de setembro de 2009
Atualizado em 15 de setembro de 2009 10:16
A sustentabilidade ambiental no mercado financeiro
Cristina R. Wolter Sabino de Freitas*
Observa-se hoje em dia que o tema: Sustentabilidade Ambiental está em voga, estando as grandes empresas cada vez mais engajadas e interessadas em manter uma conduta ambientalmente correta, não obstante serem algumas delas extremamente degradadoras em seus segmentos.
Primeiramente devemos esclarecer que é impossível o desenvolvimento econômico sem atividades que deixem o meio ambiente completamente intacto, respeitando seu "status quo ante".
O que se busca na verdade é a geração do menor impacto possível, ou a adoção de meios que possibilitem mitigar os danos inevitavelmente causados ao meio ambiente.
Nessa linha, uma preocupação inicial é o retorno financeiro da adoção de "social e ambientalmente corretos".
No entanto, devemos esclarecer que atualmente, as empresas que têm adotado os critérios de desenvolvimento sustentável estão começando a perceber que poderão em médio prazo ser economicamente mais bem-sucedidas.
Estudos feitos comprovam que a movimentação de valor de mercado de empresas recomendadas por investimentos de sustentabilidade tem superado o valor de mercado de empresas que não possuem essa visão.
Conforme a área de sustentabilidade da Phillips, "Uma boa performance em sustentabilidade resulta em melhor desempenho financeiro"1. Empresas de lucratividade podem ter incorporado padrões ambientais, individuais e sociais elevados e beneficiar a comunidade em que estão inseridas.
Baseado nessa nova ideia, o mercado mundial criou alguns índices que medem o grau de comprometimento das empresas com a sociedade.
Estes índices garantem aos investidores que as empresas podem gerar valor de longo prazo, pois têm mais possibilidades de enfrentar riscos gerados por problemas ambientais, econômicos e sociais, entre outros.
Nos Estados Unidos, por exemplo, a Bolsa de Nova York, Dow Jones, criou em 1999 o Índice Mundial Sustentabilidade Dow Jones - DJWSI - Dow Jones World Sustainability Índex. Na Inglaterra a Bolsa de Londres criou, em 2001, o FTSE4Good.
Em dezembro de 2005 a Bolsa de Valores do Estado de São Paulo - Bovespa apresentou o Índice Bovespa de Sustentabilidade Empresarial - ISE.
O ISE, como os demais índices de sustentabilidade internacionais, tem por objetivo a criação de um ambiente de investimento que se preocupe com as necessidades atuais voltadas ao desenvolvimento político, econômico, social e ambientalmente sustentável.
Referidos índices servirão para dar suporte aos stakeholders para melhor entender e distinguir as empresas que estejam comprometidas com a sustentabilidade, diferenciando-as em termos de qualidade, nível de compromisso, transparência, desempenho dentre outros fatores relevantes para investidores com preocupações éticas2.
Esses índices ainda poderão auxiliar os grupos empresariais a evitarem desperdícios nos seus sistemas de produção e ter maior proteção aos direitos socioambientais, gerando, ao mesmo tempo, mais valor, mais riqueza e mais lucro.
Igualmente, os índices que medem os critérios de sustentabilidade podem servir como sinalizadores, guiando os grupos empresariais a respeito das novas tendências para a construção de uma economia mais eficiente, com melhor utilização dos recursos naturais, que gerem menos impacto ao meio ambiente, bem como à sociedade.
Essa é mais uma prova de que, ao contrário do que se pensava antigamente, preservar o meio ambiente pode ser uma atividade economicamente rentável.
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*Advogada do escritório Miguel Neto Advogados Associados
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