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O beijo

Os quadros mais visitados do mundo seriam a Mona Lisa de Leonardo, A Ronda Noturna de Rembrandt, Las Meninas de Velásquez, A Academia de Atenas de Rafael e O Enterro do Conde de Orgaz de El Grego. Estão expostos respectivamente no Louvre, no Museu do Povo de Amsterdã, no Museu do Prado em Madrid, Na Biblioteca do Vaticano e em Toledo. Há controvérsias.

quinta-feira, 7 de agosto de 2008

Atualizado às 15:14


O beijo

Sérgio Roxo da Fonseca*

Os quadros mais visitados do mundo seriam a Mona Lisa de Leonardo, A Ronda Noturna de Rembrandt, Las Meninas de Velásquez, A Academia de Atenas de Rafael e  O Enterro do Conde de Orgaz de El Grego. Estão expostos respectivamente no Louvre, no Museu do Povo de Amsterdã, no Museu do Prado em Madrid, Na Biblioteca do Vaticano e em Toledo. Há controvérsias.

Durante o ano de 2008, o quadro mais visitado está sendo O Beijo de Gustav Klimt, no seu aniversário de cem anos. Está exposto no Belvedere de Viena. A sua  notoriedade alcançou limites ignorados na Europa porque sua imagem foi derramada pela imprensa, pelos joalheiros, pelas estamparias, enfim, aonde se vai lá está a imagem de O Beijo de Gustav Klimt.

O pintor vienense nasceu em 1862 e faleceu em 1918. O Beijo, portanto, foi pintado em 1908. A importância devotada à obra de Klimt tem várias razões de ser, especialmente porque foi um extraordinário retratista, na época do nascimento da máquina fotográfica. Várias mulheres tiveram a sua imagem perpetuada pelo seu pincel, entre as quais Margareth Wittgenstein, irmã de Ludwig Wittgenstein, extraordinário professor de filosofia de Cambridge. O artista nasceu no apogeu austríaco e faleceu no início da derrocada do império com o final da Primeira Guerra Mundial.

É possível examinar a obra do artista por três ângulos. Quanto a sua técnica, quanto a sua inovação e quanto a suas profecias. Os pintores também são profetas.

O pintor foi buscar na técnica dos ícones religiosos do oriente a forma de espalhar ouro sobre seus quadros. A fase dourada é a mais conhecida de sua obra. O Beijo é dessa época.

Gustav Klimt foi um dos introdutores da denominada "art nouveau", trazendo para a sua criação ramos e flores que se entretecem o objeto de seu trabalho. A Confeitaria Colombo da Rua Gonçalves Dias, no Rio de Janeiro, e, os balaustres do metrô de Paris são exemplos clássicos de "art nouveau".

Muito embora tenha granjeado fama como retratista, as imagens de Klimt foram desmanchando-se em suas telas, profetizando o abstracionismo do russo Kandinsky e do nosso Manabu Mabe.

No famoso O Beijo a mulher e o homem estão cobertos de dourado. Ela está ajoelhada, mostrando a paixão no seu rosto apaixonado. A emoção está registrada em suas mãos crispadas. Os seus pés estão descalços, O homem está quase de costas, com o rosto encoberto. Vê-se sua cabeça. Os dois estão enlaçados numa integração tão perfeita que não se sabe onde inicia a emoção masculina e se encerra a participação feminina. Os dois são um.

O Beijo, pelos menos durante o ano de 2008, deverá ser visto por um número de pessoas a colocá-lo na elite das telas mais visitadas. E há boas razões para isso, especialmente porque O Beijo retrata um beijo de amor.

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*Advogado, Procurador de Justiça aposentado do Ministério Público de São Paulo, professor das Faculdades de Direito da UNESP e do COC.

 

 




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