Sorte e trabalho
Todos os anos, janeiro é a mesma coisa. As pessoas se preparam para trabalhar, infelizmente, só depois do carnaval. Nada acontece em termos de negócios, a letargia é geral. Monteiro Lobato, em um dos seus livros infantis, se não me engano "Travessuras de Pedrinho", dizia que abril era o mês da preguiça. Mas hoje tenho certeza de que o brasileiro, com certa razão, transformou o mês de janeiro até o "entrudo" no período do "nada acontece".
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2008
Atualizado em 7 de fevereiro de 2008 11:19
Sorte e trabalho
Sylvia Romano*
Todos os anos, janeiro é a mesma coisa. As pessoas se preparam para trabalhar, infelizmente, só depois do carnaval. Nada acontece em termos de negócios, a letargia é geral. Monteiro Lobato, em um dos seus livros infantis, se não me engano "Travessuras de Pedrinho", dizia que abril era o mês da preguiça. Mas hoje tenho certeza de que o brasileiro, com certa razão, transformou o mês de janeiro até o "entrudo" no período do "nada acontece".
Em alguns países da Europa, agosto é a época escolhida para não se fazer nada. Paris, por exemplo, fica às moscas. Só que a maioria desses locais e, principalmente a França, é rica. Sei que todos têm lá seus problemas, mas não são nada comparados aos nossos.
Felizmente neste ano o carnaval aconteceu logo no início de fevereiro, portanto estaremos ganhando em relação aos anos anteriores um bom período produtivo, pois lembro-me de já ter visto a folia acontecer só no mês de março. O ano também, além de ser par, termina em 8, cujo número muitos esotéricos dizem ser o da sorte e da bonança. 2008 terá ainda poucos feriados que permitem a "ponte", quando se aproveita para emendar, resultando em dias a menos de trabalho.
Infelizmente para o empresariado, as contas continuam caindo, os salários têm de ser pagos e os impostos são os mesmos. O Brasil perde receita e, o custo de tanto fazer nada, é enorme. Não sou contra férias, nem descanso, mas em algumas situações, principalmente
No meio de tantas leis esdrúxulas que nossos representantes fazem aprovar, como as que sempre vemos serem divulgadas, será que nenhum teria a capacidade de propor uma limitação de feriados por ano e, até, a transferência de alguns para os fins de semana? E o carnaval, por que não transferi-lo para a última semana de janeiro? Sei que o setor do turismo reclamaria e mais ainda as escolas de samba, mas com certeza, o País e a economia ganhariam em muito.
Até concordo com o sociólogo Domenico de Masi, que prega que o ócio é condição inerente ao ser humano e este só é criativo e feliz na "vagabundagem". Mas sei também que o trabalho pode e deve ser uma grande fonte de prazer e que o sucesso profissional pode ser uma das mais importantes realizações que uma pessoa possa almejar na vida. Além disso, o trabalho traz muita sorte e, quanto mais você trabalhar, mais sorte terá.
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*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados
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