Agentes de IA: Oportunidades para transformar e escalar os negócios
Agentes de IA já são realidade em setores como vendas, jurídico, saúde e logística. Entenda como essas soluções podem gerar valor real para seu escritório.
segunda-feira, 14 de abril de 2025
Atualizado às 13:13
Nos últimos anos, o mundo pôde ver de perto as possibilidades que permeiam a inteligência artificial. De processos simples, como o auxílio em tarefas cotidianas, até inovações de impacto, como a assistência em diagnósticos médicos, essa tecnologia deixou de ser apenas uma expectativa para se tornar uma realidade em diversos setores
Essa ascensão é respaldada por dados. Segundo pesquisa da KPMG - uma das maiores empresas globais de auditoria, consultoria e assessoria - os líderes empresariais esperam utilizar agentes de IA principalmente para funções administrativas (60%), atendimento em call centers (54%) e desenvolvimento de novos materiais de negócios (53%) ao longo dos próximos 12 meses.
Como os agentes de IA atuam nos escritórios?
Para entender melhor o impacto dessa tendência, temos alguns exemplos práticos de agentes de IA que já estão sendo utilizados dentro dos negócios. Um dos mais conhecidos é o ChatGPT, da OpenAI, utilizado em atendimento ao cliente, criação de conteúdos e até mesmo no suporte interno a equipes, agilizando o trabalho e respostas com linguagem natural e contextualizada.
No nicho de vendas e relacionamento com o cliente, CRMs automatizados, como os da Salesforce, integram inteligência artificial para prever comportamentos de compra, sugerir o melhor momento para abordagem, sistematizar funções repetitivas, identificar leads com maior potencial e ainda personalizar a experiência de cada consumidor com base em dados históricos e padrões de comportamento.
Já na área de operações e logística, soluções como o IBM Watson têm se mostrado relevantes para empresas que lidam com grandes cadeias de suprimentos ou movimentações complexas. Isso porque, esses sistemas inteligentes são capazes de analisar muitos dados em tempo real, antecipar demandas futuras, otimizar rotas de entrega, detectar falhas na operação e até mesmo sugerir ajustes proativos na gestão de estoques - tudo isso com o objetivo de aumentar a eficiência e reduzir custos operacionais.
E como isso afeta diretamente o crescimento dos negócios?
O grande diferencial dos agentes de inteligência artificial está na sua capacidade de evoluir continuamente. Com base na análise de informações e padrões de comportamento, esses sistemas ajustam suas respostas, aprimoram as escolhas e se tornam cada vez mais eficazes conforme interagem com o ambiente e os usuários.
Ao incorporá-los à rotina corporativa, as empresas conquistam ganhos concretos em agilidade, consistência operacional e tomada de decisão baseada em evidências. Atividades que antes exigiam tempo e supervisão pessoal passam a ser executadas de forma automática e confiável. De acordo com a McKinsey, essa transformação já representa uma redução de até 30% nos custos operacionais em setores como o varejo.
Mais do que ganhos imediatos, os sistemas inteligentes tornam as corporações mais escaláveis e responsivas às mudanças do mercado. Estratégias podem ser ajustadas em tempo real, experiências personalizadas com mais amplitude e processos expandidos sem perda de qualidade.
Em um cenário marcado pela alta competitividade e pela sobrecarga de informação, a capacidade de aprender e se adaptar continuamente é mais do que uma vantagem - é uma necessidade. E é justamente isso que os agentes de IA oferecem: uma inteligência dinâmica e proativa, operando 24 horas por dia, 7 dias por semana, que evolui junto com os desafios e oportunidades do negócio.
A presença crescente da IA em diferentes áreas do mercado
De pequenas startups a grandes corporações, a inteligência artificial está sendo integrada aos empreendimentos com o objetivo de ampliar resultados, aumentar o desempenho e acelerar o crescimento.
Na advocacia, por exemplo, o uso dessa inovação já é realidade em diversos escritórios. Agentes são empregados na automação de documentos legais, como contratos, notificações e petições simples.
Um exemplo relevante dessas aplicações são as assistentes virtuais de IA desenvolvidas especialmente para o setor jurídico. Elas são capazes de interpretar intimações judiciais, sugerir tarefas e calcular prazos, otimizando a rotina dos escritórios.
As assistentes virtuais utilizam tecnologia de ponta, aliando processamento de linguagem natural com automações específicas da rotina forense. Assim, permitem uma leitura mais perspicaz dos documentos e uma recomendação proativa de ações, como movimentações judiciais ou encaminhamentos internos. Com o uso contínuo, elas se adaptam às preferências e práticas do escritório, tornando-se cada vez mais funcional.
Além disso, a computação cognitiva possibilita que profissionais encontrem jurisprudência relevante mais rapidamente, avaliem deliberações de tribunais e antecipem argumentos com base em registros. Ferramentas de jurimetria - que unem algoritmos e análise estatística - ajudam advogados a prever a chance de sucesso em determinadas ações, entender o perfil de juízes e elaborar estratégias mais assertivas.
Essa evolução no uso de dados não se limita à análise de jurisprudência e previsibilidade de decisões. A inteligência artificial já está presente em diversas áreas da economia, revolucionando setores como saúde, gestão e finanças. Veja detalhadamente a seguir:
Gestão
Com o suporte de IA, torna-se possível organizar prazos, acompanhar o rendimento de equipes, identificar gargalos e otimizar a alocação de atividades - tudo de forma sistematizada e fundamentada em informações consistentes.
Área financeira
Na área financeira, bancos e fintechs utilizam tecnologias preditivas para detectar fraudes, aprovar crédito com mais assertividade, avaliar perfis de risco e automatizar atendimentos. Já em recursos humanos, é possível realizar triagem de currículos, análise de perfil comportamental e até condução de entrevistas preliminares com assistentes virtuais.
Saúde
Na área de saúde, os sistemas ajudam médicos a diagnosticar doenças com base em exames de imagem, cruzam dados clínicos para sugerir tratamentos personalizados e monitoram pacientes em tempo real por meio de wearables. Isso aumenta a precisão e reduz a sobrecarga dos colaboradores.
Até mesmo segmentos como educação, agroindústria, logística e indústria já colhem os frutos da automação - seja na personalização de planos de estudo, no monitoramento remoto de plantações, na roteirização de entregas ou no controle de produção em fábricas.
Em comum, todos esses exemplos mostram que a IA não substitui indivíduos, mas amplia sua capacidade de atuação. Ela assume responsabilidades operacionais, entrega materiais analíticos prontos para decisão e possibilita que as pessoas foquem no pensamento estratégico, na criatividade e no relacionamento interpessoal.
Segurança como prioridade na tecnologia
Apesar de todos os avanços e benefícios, o uso da inteligência artificial também traz à tona desafios éticos e preocupações com segurança.
Um dos principais pontos de atenção é a cibersegurança. Conforme a computação cognitiva se integra a processos críticos - como sistemas financeiros, de saúde, jurídicos ou de infraestrutura - ela se torna um alvo potencial para ataques cibernéticos, manipulações e violações de privacidade. De acordo com uma pesquisa da Gartner, os investimentos em prevenção cibernética voltada especificamente para IA cresceram 40% no último ano, evidenciando a urgência com que empresas e governos estão tratando o tema.
Ao adotar qualquer tecnologia preditiva, a segurança da informação deve ser prioridade - especialmente quando o sistema lida com dados de terceiros, como clientes, pacientes ou usuários. O uso inadequado dessas informações pode colocar em risco não apenas a privacidade das pessoas envolvidas, mas também a reputação e a integridade jurídica do próprio escritório.
Embora ainda não exista uma legislação específica no Brasil sobre o uso da inteligência artificial, a LGPD - Lei Geral de Proteção de Dados já estabelece diretrizes importantes para o tratamento de informações pessoais. Ela exige que as corporações adotem medidas técnicas e organizacionais para proteger tudo aquilo que coletam e processam, e impõe sanções severas em caso de descumprimento.
Equipes híbridas: Como profissionais e IA trabalharão juntos?
Com o avanço inevitável dos agentes de inteligência artificial, torna-se cada vez mais comum a colaboração direta entre humanos e essas tecnologias, que passam a atuar como verdadeiros parceiros de trabalho. Integrados às equipes, esses agentes assumem tarefas, acessam dados internos, interpretam o contexto do negócio e se encaixam nos fluxos operacionais, atuando de forma complementar às responsabilidades individuais.
Setores tradicionalmente complexos - como desenvolvimento de software, atendimento ao cliente e inteligência analítica - que antes exigiam grandes equipes, tendem a ser reestruturados. No novo cenário, pequenos grupos de profissionais trabalharão lado a lado com diversos agentes de IA especializados, formando times híbridos mais eficientes e dinâmicos.
Essa configuração representa uma mudança significativa na forma como as organizações operam e se expandem: essas inovações são altamente escaláveis, replicáveis e dispensam contratações tradicionais, acelerando o crescimento com menor dependência de infraestrutura física e equipe humana.
Apesar de já estarem presentes em muitos ambientes corporativos, essa ferramenta ainda está em estágio inicial de progresso - e seu verdadeiro potencial ainda está longe de ser completamente explorado. Por isso, as empresas devem começar a se preparar desde já para essa transição, compreendendo que resultados consistentes exigirão investimentos adicionais, tanto em infraestrutura tecnológica quanto na capacitação de suas equipes.
Antes de atuarem de forma autônoma, esses sistemas precisam ser treinados com dados relevantes, testados com rigor e ajustados continuamente para garantir desempenho adequado, confiabilidade e alinhamento com os objetivos estratégicos e valores éticos da organização.