MIGALHAS DE PESO

  1. Home >
  2. De Peso >
  3. Como renegociar dívidas bancárias empresariais com segurança jurídica

Como renegociar dívidas bancárias empresariais com segurança jurídica

Renegociar dívidas sem apoio jurídico pode custar caro. Descubra como evitar armadilhas e garantir a sobrevivência da sua empresa.

quarta-feira, 2 de abril de 2025

Atualizado às 11:55

Em tempos de instabilidade econômica, muitas empresas enfrentam dificuldades para cumprir com suas obrigações financeiras. Uma das estratégias mais importantes para manter a saúde do negócio é a renegociação de dívidas bancárias empresariais. No entanto, essa operação exige segurança jurídica, planejamento e conhecimento técnico.

Neste artigo, você vai entender:

  • Quando é o momento certo para renegociar
  • Quais cuidados jurídicos tomar
  • Como um advogado pode proteger sua empresa contra cláusulas abusivas

O que é o passivo bancário empresarial?

O passivo bancário é o conjunto de dívidas que uma empresa possui junto a instituições financeiras. Isso inclui:

  • Empréstimos e financiamentos;
  • Cheque especial empresarial;
  • Capital de giro;
  • Contratos de leasing e antecipações de recebíveis.

Essas obrigações, se não forem geridas corretamente, podem comprometer a operação da empresa e até levar à falência.

Quando renegociar uma dívida empresarial?

Alguns sinais de que a renegociação é necessária:

  • A empresa está atrasando pagamentos recorrentes;
  • Os juros bancários estão consumindo o faturamento;
  • Há perda de crédito no mercado;
  • A inadimplência com bancos impede novos investimentos.

Renegociar antes da inadimplência total pode garantir melhores condições e preservar o nome da empresa.

Cuidados jurídicos essenciais na renegociação

1. Análise do contrato bancário existente

É fundamental revisar cláusulas de juros, encargos moratórios, garantias e vencimentos antecipados.

2. Verificação de abusividades

Muitos contratos apresentam juros abusivos, venda casada ou anatocismo (cobrança de juros sobre juros).

3. Cuidado com novações prejudiciais

Renegociar sem rever o contrato pode consolidar dívidas ilegais. A análise jurídica evita que a empresa "reconheça" obrigações indevidas.

4. Planejamento da proposta de renegociação

A proposta deve considerar o fluxo de caixa da empresa, seu perfil de endividamento e os prazos possíveis para recuperação.

O papel do advogado na renegociação com bancos

Um advogado empresarial especializado em passivo bancário pode:

  • Negociar diretamente com os bancos em nome da empresa;
  • Analisar a redução juros e encargos de forma estratégica;
  • Propor revisão judicial de cláusulas abusivas;
  • Garantir segurança jurídica durante todo o processo;
  • Preservar os ativos e o crédito da empresa.

A atuação preventiva e estratégica evita ações de execução, bloqueio de bens ou protestos.

Dica prática: Sempre exija a planilha de evolução da dívida

Antes de aceitar qualquer renegociação, peça ao banco a planilha de evolução da dívida com todos os encargos cobrados. Isso permite verificar:

  • Se há encargos indevidos;
  • Se a capitalização de juros é legal;
  • Se há taxas ocultas.

Essa análise técnica pode ser feita por um advogado ou perito contábil de confiança.

Conclusão: Renegociar com segurança é evitar prejuízos futuros

Renegociar dívidas é uma medida inteligente, mas que deve ser feita com apoio jurídico especializado. Evite acordos que pareçam vantajosos à primeira vista, mas escondam riscos jurídicos e financeiros a longo prazo.

Thiago Bragança

VIP Thiago Bragança

Advogado há 16 anos, com atuação em Direito Bancário e Empresarial, com ampla experiência em demandas envolvendo instituições financeiras. Sócio-fundador da Bragança Advogados Associados.

AUTORES MIGALHAS

Busque pelo nome ou parte do nome do autor para encontrar publicações no Portal Migalhas.

Busca