O poder transformador da IA no Direito
IA virou aliada jurídica: 23% tarefas são automatizadas atualmente. Veja quais são os pilares para manter a ética da IA na advocacia.
quarta-feira, 26 de março de 2025
Atualizado às 13:21
O setor jurídico viveu uma revolução nos últimos anos: se antes a Inteligência Artificial era uma "vilã" nas rotinas dos escritórios, hoje pode-se dizer que ela se tornou o "braço direito" dos profissionais do Direito.
Um estudo realizado pela Mckinsey Global Institute apontou que 23% do trabalho realizado por um advogado pode ser automatizado por meio da tecnologia.
Além disso, a pesquisa "Uso de IA no Poder Judiciário" em 2023, a aplicação de IA neste setor aumentou em 26%, se comparado a 2022.
Sendo assim, a IA deixou de ser apenas uma ferramenta e se tornou uma força que desafia cada vez mais a supervisão humana.
Os 4 pilares da influência da IA no setor jurídico
A IA tem o potencial de revolucionar diversos setores da sociedade e, sem dúvida, a área jurídica está entre os que mais podem se beneficiar dessa tecnologia. Escritórios de advocacia, departamentos jurídicos e o próprio Poder Judiciário já estão colhendo os frutos da automação, da análise preditiva e dos sistemas inteligentes.
Empresa focada em gestão jurídica entende que acompanhar essa transformação é uma questão de sobrevivência no mercado competitivo atual. O domínio das novas tecnologias permitirá que escritórios de advocacia se tornem mais ágeis, eficientes e competitivos, evitando a obsolescência.
Mas como exatamente a IA impacta o setor jurídico? Podemos dividir essa influência em quatro grandes pilares:
1. Automação de tarefas repetitivas
Os advogados sempre lidaram com grandes volumes de informações e documentos. Pesquisas, redação de petições e revisão de contratos são tarefas que podem consumir horas preciosas, mas agora estão sendo aceleradas por ferramentas de IA.
Dessa forma, softwares jurídicos inteligentes podem:
- Analisar documentos rapidamente, identificando cláusulas críticas e inconsistências;
- Pesquisar jurisprudências em segundos, trazendo os precedentes mais relevantes;
- Gerar contratos personalizados com base em padrões pré-definidos.
Essa automação reduz erros humanos e libera os profissionais para atividades estratégicas, como a construção de teses e o atendimento personalizado ao cliente.
2. Suporte à tomada de decisão
A IA não apenas processa informações, mas também ajuda advogados e juízes a tomarem decisões mais embasadas. Por meio da análise preditiva, os sistemas conseguem estimar as chances de sucesso em um processo com base em casos semelhantes.
Imagine um advogado podendo dizer a seu cliente, com base em dados concretos, qual a probabilidade de ganho em uma ação, quanto tempo pode durar o processo e quais estratégias tiveram melhores resultados no passado. Esse nível de previsibilidade transforma a prática jurídica, tornando-a mais científica e menos baseada apenas na intuição.
3. Melhoria na comunicação com clientes
Outro impacto significativo da IA é na experiência do cliente. Assistentes virtuais e chatbots especializados já conseguem oferecer suporte inicial, esclarecer dúvidas frequentes e até mesmo direcionar os clientes para os advogados adequados.
Isso torna o atendimento mais ágil e acessível, evitando que clientes esperem dias por uma resposta. Além disso, escritórios podem investir em plataformas que permitam o acompanhamento online dos casos, oferecendo maior transparência e comodidade aos clientes.
4. Novos modelos de negócios no Direito
A IA está impulsionando inovações no setor jurídico, permitindo a criação de novos modelos de negócios. Algumas tendências incluem:
- Plataformas jurídicas automatizadas, onde clientes podem resolver disputas de pequeno porte sem a necessidade de um advogado;
- Consultorias baseadas em IA, que oferecem diagnósticos jurídicos instantâneos;
- Soluções de compliance preditivo, que ajudam empresas a evitar riscos legais antes que eles ocorram.
O Papel da IA no Poder Judiciário
A modernização do Judiciário brasileiro também tem passado por avanços notáveis com o uso da IA. Sistemas como o Victor, do STF, analisam milhares de recursos e fazem triagens automáticas, agilizando o trabalho dos ministros.
Além disso, diversos tribunais já utilizam robôs para digitalizar processos, extrair informações relevantes e até mesmo sugerir despachos padrão. A automação processual não apenas reduz o tempo de tramitação dos processos, mas também minimiza a sobrecarga de trabalho dos servidores.
O crescimento exponencial de processos judiciais no Brasil - que já ultrapassam 80 milhões de ações ativas - torna inevitável o uso da tecnologia para garantir eficiência e celeridade no sistema judiciário.
O Futuro da advocacia é tecnológico
A IA não substituirá advogados, mas os advogados que souberem usá-la terão uma grande vantagem competitiva. O profissional do futuro será aquele que alia conhecimento jurídico sólido a habilidades tecnológicas, sabendo integrar ferramentas de IA em sua rotina.
Aqueles que resistirem à mudança podem enfrentar dificuldades para se manter relevantes no mercado. Nesse sentido, escritórios que adotarem tecnologias inovadoras estarão um passo à frente, oferecendo serviços mais rápidos, eficientes e acessíveis.
Empreas, por exemplo, investem continuamente em tecnologia para ajudar escritórios de advocacia a se tornarem mais escaláveis e competitivos. Softwares de gestão jurídica baseados em IA permitem otimizar a produtividade, reduzir custos e aumentar a satisfação dos clientes.
Portanto, a IA não é uma ameaça, mas uma aliada poderosa. Os advogados que abraçarem essa revolução estarão moldando o futuro do Direito, tornando-o mais ágil, acessível e eficaz.
O desafio agora é garantir que essa transformação seja conduzida com ética e responsabilidade, garantindo que a tecnologia sirva à Justiça e à sociedade como um todo.