A NR-1 como solução para um escritório mais saudável
Seu escritório está preparado para atender à NR-1? Mais do que isso, sua equipe está recebendo o suporte necessário para atuar de forma saudável e sustentável?
quarta-feira, 19 de março de 2025
Atualizado às 12:19
A advocacia é uma das profissões mais desafiadoras quando se trata de saúde mental. O alto nível de exigência, a intensa competitividade, a sobrecarga de trabalho e a constante exposição a conflitos criam um ambiente propício ao adoecimento psíquico. No entanto, por muito tempo, os impactos desses fatores foram ignorados ou minimizados, levando a um cenário preocupante para os profissionais do setor jurídico. Estudos da International Bar Association revelam dados alarmantes, 63% dos profissionais enfrentam sintomas de ansiedade severa, 58% relatam exaustão profissional e sintomas de burnout e 1 em cada 3 profissionais sofre com depressão, muitas vezes sem revelar sua condição.
Diante dessa realidade, surge a atualização da NR-1, que representa um marco regulatório fundamental para a gestão da saúde mental no ambiente de trabalho. Ao exigir a avaliação e o gerenciamento dos riscos psicossociais, a norma não apenas reconhece a gravidade do problema, mas também estabelece diretrizes para mitigá-lo. Contudo, cumprir a norma não deve ser visto apenas como uma obrigação legal. Para que a NR-1 tenha um impacto real, é imprescindível que os escritórios compreendam as especificidades do estresse e dos riscos psicossociais no setor jurídico e adotem estratégias direcionadas para a advocacia.
Gestão estratégica de riscos psicossociais: Um diferencial competitivo
A negligência com a saúde mental dos advogados compromete não apenas a qualidade de vida dos profissionais, mas também a produtividade, a clareza na tomada de decisões e a excelência dos serviços prestados. Em um campo onde precisão, memória, raciocínio lógico e equilíbrio emocional são essenciais, advogados sobrecarregados e emocionalmente exaustos enfrentam dificuldades para manter um desempenho de alto nível. Se ao longo da história qualificações para além da capacitação técnica não eram tão essenciais, hoje já não é bem assim, habilidades como inteligência emocional e capacidade cognitiva são uma vantagem competitiva para qualquer profissional.
Assim, o gerenciamento dos riscos psicossociais não é apenas uma exigência normativa, mas uma estratégia competitiva. Por isso, entre as medidas essenciais para mitigar esses riscos psicossociais, destacam-se: o mapeamento das fontes de estresse no ambiente de trabalho, o autoconhecimento em relação a sinais precoces de sobrecarga emocional, o desenvolvimento de programas de bem-estar mental e suporte psicológico, a criação de uma cultura organizacional mais humanizada e ainda o treinamento para gestão do estresse e inteligência emocional.
Conhecimento especializado: O caminho para a transformação
Os riscos psicossociais são complexos e, por isso, exigem um conhecimento especializado para serem devidamente identificados e tratados. Apenas com uma compreensão detalhada dos impactos da profissão sobre a saúde mental dos advogados é possível desenvolver estratégias eficazes para promover um ambiente de trabalho mais equilibrado e produtivo. Assim, se aprofundar no tema é fundamental para transformar a cultura dos escritórios de advocacia e criar um modelo de gestão que valorize a saúde mental e o bem-estar dos profissionais e daí surge uma pergunta fundamental deste artigo.
NR-1: Obrigação ou oportunidade?
Embora a NR-1 exija medidas formais para avaliação e mitigação dos riscos psicossociais, a verdadeira transformação acontecerá quando os escritórios perceberem que investir na saúde mental de seus profissionais não é um custo, mas um diferencial competitivo. Um escritório que se preocupa com a saúde mental da equipe constrói um ambiente mais sustentável, retém talentos e melhora sua eficiência e reputação no mercado. Pense nisso, seja você um advogado de um grande escritório ou de um escritório individual, é hora de ter nas pessoas um diferencial competitivo.