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Justiça social: Sem informação, não há transformação

A falta de conhecimento sobre políticas públicas e direitos sociais impede a efetivação da justiça social. É essencial informar e educar para combater a desigualdade e garantir cidadania.

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2025

Atualizado em 19 de fevereiro de 2025 14:59

Há tempos, venho abordando a justiça social em meu trabalho, sempre com uma visão prática, resiliente e até abrangente. 

No entanto, um dos maiores desafios para torná-la realidade é a falta de conhecimento sobre as políticas públicas existentes.

Muitas pessoas não sabem que esses recursos estão disponíveis para ajudá-las, e sem informação, essas iniciativas perdem sua efetividade, permitindo que a desigualdade se perpetue. 

Para enfrentar esse problema, é essencial reconhecer que a justiça social não se limita a um único setor.

Esse tema atravessa todas as áreas do governo - economia, educação, saúde, segurança e muito mais. 

Nenhuma decisão política pode ser tomada sem considerar a complexidade dos fatores envolvidos, e a falta de acesso à informação de qualidade ou a desinformação são alguns dos principais obstáculos a serem superados. 

A ausência de conhecimento não afeta apenas a população vulnerável, mas também aqueles que deveriam atuar para mudar essa realidade.

As políticas públicas também precisam chegar aos futuros políticos. Sem educação sobre como a política funciona, muitos gestores não conseguem administrar bem e aplicar soluções que realmente ajudem.

A falta de preparo na gestão pública acaba reforçando um problema ainda maior: o desconhecimento generalizado dos próprios direitos.

Outro grande problema é que muita gente não sabe quais são os seus direitos. 

Sem acesso à informação de qualidade, a população não apenas perde oportunidades, mas também deixa de reivindicar melhorias essenciais.

No Brasil, 138 milhões de pessoas não têm pelo menos um direito básico garantido. Além disso, muitas não sabem como buscar esses direitos, mesmo quando já existem políticas para isso.

O mais grave é que muitos não se enxergam como pessoas com direitos. Eles sentem que não têm o direito de exigir nada. 

Isso cria um ciclo de exclusão, aumentando ainda mais a distância entre quem tem acesso e quem não tem.

Não estou aqui para defender um partido ou lado político, mas para dizer que a exclusão social está sempre mudando de forma. 

Cada grupo vulnerável sente isso de um jeito diferente. 

Se não melhorarmos a informação, o acesso e a eficácia das políticas públicas, a desigualdade vai continuar aumentando. 

Justiça social não é um conceito abstrato, mas uma necessidade urgente. É cidadania, é ação.

Informar, educar e garantir acesso são passos fundamentais para construir uma sociedade mais justa e inclusiva.

Anne Wilians

Anne Wilians

Advogada, sócia do NWADV e presidente do Instituto NW

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