A obrigatoriedade do fornecimento do LibTayo pelo SUS: Um direito do paciente
Dezembro Laranja destaca a prevenção e o direito a tratamentos eficazes para o câncer de pele, reafirmando que o acesso ao melhor cuidado não é favor, mas um direito de todos.
sexta-feira, 6 de dezembro de 2024
Atualizado às 13:44
O câncer de pele, em suas formas avançadas, como o carcinoma espinocelular metastático, é um desafio significativo para a saúde pública. Com os avanços da medicina, a imunoterapia se tornou uma alternativa promissora para esses casos. Entre os tratamentos mais inovadores está o Cemiplimabe (Libtayo), um medicamento que oferece esperança a pacientes com câncer de pele avançado ou metastático. No entanto, muitas vezes, o acesso a essa medicação enfrenta barreiras burocráticas e negativas de fornecimento pelo SUS - Sistema Único de Saúde.
Neste artigo, abordaremos a obrigatoriedade do fornecimento do Cemiplimabe pelo SUS e como os pacientes podem garantir o seu direito ao tratamento.
O que é o Cemiplimabe e por que ele é importante?
O Cemiplimabe é um medicamento imunoterápico que atua como inibidor de PD-1 - proteína de morte programada 1, estimulando o sistema imunológico a combater células cancerígenas. Ele é indicado especialmente para o tratamento de pacientes com carcinoma espinocelular metastático ou localmente avançado, quando outros tratamentos, como cirurgias ou radioterapia, não são viáveis.
Estudos clínicos mostram que o Cemiplimabe melhora significativamente a sobrevida global e oferece uma alternativa eficaz e menos invasiva para casos complexos. Por isso, ele é considerado indispensável para pacientes com esse tipo de câncer.
A legislação e a obrigatoriedade do SUS
No Brasil, o SUS tem o dever de fornecer tratamentos comprovadamente eficazes para doenças graves, mesmo que não estejam listados nos PCDT - Protocolos Clínicos e Diretrizes Terapêuticas ou na RENAME - Relação Nacional de Medicamentos Essenciais. Isso é garantido pela CF/88, que assegura o direito à saúde como um dever do Estado.
Decisões recentes do STF reforçam a obrigatoriedade de fornecimento de medicamentos de alto custo e fora da lista do SUS, desde que comprovada a necessidade do tratamento e a ausência de alternativas terapêuticas eficazes.
Além disso, a Lei 8.080/90 estabelece que o acesso a tratamentos de saúde deve ser integral, garantindo o fornecimento de medicamentos prescritos para condições clínicas específicas.
Como garantir o direito ao Cemiplimabe?
Pacientes que precisam do Cemiplimabe e enfrentam negativas de fornecimento pelo SUS podem buscar suporte jurídico. Veja os passos principais:
- Relatório médico detalhado: O médico responsável deve emitir um relatório explicando a necessidade do tratamento, destacando que outras terapias foram ineficazes ou inviáveis.
- Laudos complementares: Apresente exames e documentos que comprovem a gravidade da condição e a indicação do Cemiplimabe.
- Requerimento administrativo: Faça uma solicitação formal ao SUS, incluindo toda a documentação médica.
- Ação judicial: Em caso de negativa, é possível ingressar com uma ação judicial para garantir o fornecimento. A Justiça tem sido favorável em diversos casos, considerando que o direito à saúde é constitucional.
Por que a luta pelo Cemiplimabe é justa?
Negar acesso ao Cemiplimabe é, na prática, negar uma chance de tratamento eficaz para pacientes em estado crítico. A justificativa de custo não pode se sobrepor ao direito fundamental à saúde e à vida. O SUS já garante medicamentos imunoterápicos em outras condições, e a inclusão do Cemiplimabe em casos de câncer de pele avançado é uma extensão natural desse compromisso.
Conclusão: O direito à vida em primeiro lugar
O Cemiplimabe representa uma esperança real para pacientes com câncer de pele avançado, e seu fornecimento pelo SUS é um direito garantido por lei. Nenhum paciente deve enfrentar barreiras burocráticas para acessar um tratamento que pode salvar sua vida.
Se você ou alguém que conhece está passando por essa situação, procure orientação médica e jurídica para garantir o seu direito. A luta pelo acesso ao Cemiplimabe é mais do que uma questão de saúde: é uma questão de justiça.
"O direito à saúde não é apenas uma obrigação do Estado; é um compromisso com a dignidade humana."
Se precisar de assistência jurídica para garantir o seu tratamento, procure uma advogada especialista em Direito da saúde.