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Black Friday, fraudes e "deep fakes": como se proteger

A Black Friday, em 29/11, traz promoções, mas exige cautela. Golpes online e deep fakes aumentam. Compre em sites confiáveis e evite fraudes!

sexta-feira, 29 de novembro de 2024

Atualizado às 10:02

Celebrada na sexta-feira anterior ao Dia de Ação de Graças, neste ano em 29 de novembro, a Black Friday é um evento aguardado com ansiedade tanto pelos comerciantes quanto para os consumidores, ansiosos por boas ofertas.

Apesar de sua origem norte-americana, a prática de oferecer promoções atraentes também se popularizou no Brasil e desde o início do mês já é possível observar diversas ofertas nos mais variados meios de comunicação.

Grande parte destas campanhas ocorrem no ambiente online, principalmente em redes sociais, que são ferramentas incríveis tanto para grandes empresas quanto para empreendedores divulgarem seus produtos e alcançarem bons resultados.

Dentre as diversas promoções, não raro, surgem postagens envolvendo conteúdo fraudulento. De acordo com o Reclame Aqui, o ano passado foi a edição com maior volume de reclamações desde que a Black Friday estreou no Brasil, com um aumento de 34,5% em relação ao ano anterior. Até meia-noite da referida data, 12.141 queixas foram registradas. A expectativa é que este número se mantenha ou até mesmo aumente neste ano.

Um fator determinante para o aumento nos golpes é destreza dos próprios criminosos, que fazem uso de tecnologias avançadas - porém acessíveis, para criar propagandas falsas e atrair consumidores, como é o caso das "deep fakes". Nestas propagandas, os criminosos usam imagens de vídeo e som de artistas, influenciadores digitais e pessoas de boa reputação para ofertar produtos e direcionar consumidores a sites falsos. Ao realizar a compra nestes sites, os consumidores expõem seus dados pessoais e bancários e nenhum produto é recebido. O nível de requinte dos anúncios falsos é alto e, muitas vezes, os consumidores são direcionados a sites que possuem a mesma roupagem do site original.

Além das ofertas, também observa-se o uso da "deep fake" em postagens oferecendo até mesmo brindes e produtos de graça a partir do preenchimento de formulários. Assim como no caso das ofertas falsas, nenhum brinde é recebido e, mais uma vez, o usuário tem seus dados expostos, ficando vulnerável a golpes.

Considerando este cenário, ressalta-se a necessidade de cuidados antes da realização da compra. A principal medida a ser adotada é a atenção aos sites onde as compras serão realizadas. O consumidor sempre deve optar por sites oficiais e páginas de redes sociais certificadas. Com uma breve pesquisa em buscadores é possível identificar os sites originais das marcas desejadas. Promoções vantajosas demais ou distribuição gratuita de bens de alto valor também são relevantes indicativos de fraude.

É importante ressaltar que não apenas o consumidor é lesado pela prática, mas também as empresas que estão sendo "copiadas" e os artistas que têm sua imagem utilizada indevidamente. Para estes, recomenda-se a busca de assessoria jurídica adequada para a tomada de medidas que visem não só a derrubada de sites e anúncios falsos, como também a identificação dos infratores para futura reparação. Além de medidas repressivas, também é possível a adoção de medidas preventivas de forma a mitigar danos. Um exemplo destas medidas é o monitoramento contínuo da rede e a tomada de ação assim que um site fraudulento for identificado. Com medidas conjuntas, é possível aproveitar a data com segurança.

Natalia Gigante

Natalia Gigante

Sócia da Daniel Advogados e Mestre em Propriedade Intelectual e Inovação.

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