MIGALHAS DE PESO

  1. Home >
  2. De Peso >
  3. Imunoterapia para câncer de pulmão: Combatendo as negativas de acesso

Imunoterapia para câncer de pulmão: Combatendo as negativas de acesso

A abusividade das negativas de imunoterapia para câncer de pulmão, ressaltando decisões e o papel do CDC na defesa judicial do direito à saúde e dignidade dos pacientes oncológicos.

terça-feira, 22 de outubro de 2024

Atualizado às 14:52

Introdução

O câncer de pulmão, uma das principais causas de morte no Brasil, tem um aliado poderoso no combate à doença: a imunoterapia. Essa forma de tratamento tem se mostrado eficaz para prolongar a vida dos pacientes, especialmente em estágios mais avançados. No entanto, a resistência de alguns planos de saúde em custear esse tratamento essencial é um desafio jurídico frequente e preocupante.

A Imunoterapia e o tratamento do câncer de pulmão

A imunoterapia funciona ativando o sistema imunológico para reconhecer e atacar as células tumorais, trazendo benefícios em termos de sobrevida e qualidade de vida. Seu uso, amplamente aceito pela comunidade médica, é indicado como uma das melhores alternativas para pacientes com câncer de pulmão, especialmente quando outras terapias se mostram ineficazes.

O rol da ANS e as negativas de cobertura

Um dos principais argumentos das operadoras de saúde é a ausência de inclusão da imunoterapia no Rol de Procedimentos e Eventos em Saúde da ANS. Contudo, o STJ já determinou que o rol deve ser considerado exemplificativo, não excludente, priorizando a prescrição médica. Negar o tratamento é, portanto, uma afronta ao direito fundamental à saúde.

Aspectos legais e a proteção ao consumidor

CDC -  Código de Defesa do Consumidor prevê a proteção contra práticas abusivas, especialmente quando afetam o direito à saúde e à vida. A jurisprudência brasileira é sólida no sentido de assegurar o custeio de tratamentos prescritos por médicos, inclusive a imunoterapia, reforçando que a ausência no rol não é motivo suficiente para a negativa.

Como os pacientes devem proceder diante de uma negativa?

Pacientes que recebem a negativa para o custeio da imunoterapia devem buscar o apoio de advogados especializados em direito da saúde para ingressar com uma ação judicial. A documentação médica completa e detalhada é crucial para fundamentar o pedido de liminar, que, em casos de urgência, pode ser decisiva para a obtenção do tratamento adequado.

Conclusão

O acesso à imunoterapia é um direito dos pacientes com câncer de pulmão e não deve ser restringido por questões administrativas dos planos de saúde. É fundamental que os profissionais do Direito estejam atentos a essa temática, garantindo a efetivação do direito à saúde e à dignidade humana.

Flaviane Bilhar Caler

VIP Flaviane Bilhar Caler

Advogada Especialista em Direito Médico e da Saúde; Membro da Comissão Nacional de Direito da Saúde - ABA, formada pela Universidade do Oeste de Santa Catarina, Pós graduada em Direito da Saúde.

AUTORES MIGALHAS

Busque pelo nome ou parte do nome do autor para encontrar publicações no Portal Migalhas.

Busca