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Passo a passo para aderir ao superendividamento e sair do buraco das dívidas

A lei do superendividamento é sua chance de renegociar dívidas de forma justa, sem comprometer o básico para viver.

terça-feira, 15 de outubro de 2024

Atualizado às 08:12

O superendividamento já é uma realidade para milhões de brasileiros, com 15 milhões de pessoas vivendo o drama de não conseguir pagar suas dívidas sem comprometer o básico para sobreviver. Entre os mais afetados, estão os servidores públicos, que muitas vezes se veem presos em contratos de crédito consignado e outras dívidas bancárias, consumindo boa parte de seus salários. Se você se identifica com essa situação, saiba que existe uma solução: A lei do superendividamento (lei 14.181/21).

Esta lei foi criada para dar uma nova chance a quem enfrenta dificuldades financeiras severas, oferecendo a possibilidade de renegociar suas dívidas de maneira mais justa e em condições que garantam o mínimo existencial - o valor necessário para manter uma vida digna. Neste artigo, vamos mostrar passo a passo como você pode aderir à lei do Superendividamento e finalmente sair do buraco financeiro, recuperando o controle das suas finanças e sua paz de espírito.

O que é o superendividamento?

O superendividamento acontece quando uma pessoa física, ao tentar pagar suas dívidas, compromete sua renda de tal forma que não sobra dinheiro para o essencial, como alimentação, moradia e saúde. Se você está em uma situação onde as contas crescem mês a mês e já não consegue manter o básico sem recorrer a novos créditos, provavelmente está superendividado.

O problema afeta uma grande parte da população brasileira, especialmente servidores públicos, que têm fácil acesso a créditos consignados, mas, com o tempo, veem seus salários serem drenados pelos juros e parcelas. A boa notícia é que a lei do superendividamento foi criada para reverter essa situação, oferecendo uma saída legal para renegociar essas dívidas de forma eficaz.

Quem pode aderir à lei do superendividamento?

Para saber se você se enquadra na lei do superendividamento, é importante verificar alguns critérios. A lei foi criada para pessoas físicas, ou seja, consumidores comuns, e não se aplica a empresas. Você também precisa estar em uma situação em que suas dívidas estão comprometendo sua subsistência, ou seja, dificultando o pagamento de necessidades básicas.

Aqui estão os principais requisitos para aderir à lei:

  • Pessoa física: A lei não se aplica a pessoas jurídicas.
  • Dívidas de consumo: Apenas dívidas como cartões de crédito, empréstimos pessoais e créditos consignados podem ser renegociadas. Dívidas fiscais (como impostos) e financiamentos imobiliários não entram na renegociação.
  • Dívidas contraídas de boa-fé: O devedor deve demonstrar que contratou as dívidas de forma regular e que está genuinamente comprometido em pagá-las, mesmo que atualmente não tenha condições.

Quais dívidas podem ser renegociadas?

  • Nem todas as dívidas são cobertas pela lei do superendividamento. Saber exatamente quais dívidas podem ser renegociadas é fundamental para que você faça o processo de adesão corretamente.
  • As dívidas que podem ser renegociadas incluem:
    • Empréstimos pessoais (incluindo o consignado)
    • Cartões de crédito
    • Cheque especial
    • Parcelamentos de compras e crediários
  • Por outro lado, existem algumas dívidas que não podem ser incluídas na renegociação:
    • Financiamentos imobiliários e de veículos
    • Dívidas fiscais e tributárias, como IPTU ou imposto de renda
  • É importante listar todas as suas dívidas no processo, mesmo as que não podem ser renegociadas. Isso ajuda o juiz a ter uma visão completa da sua situação financeira e a definir um plano de pagamento adequado.

Como funciona o processo de renegociação?

  • Aderir à lei do superendividamento é um processo relativamente simples, mas que exige organização e comprometimento. O objetivo da lei é possibilitar que o devedor pague suas dívidas de forma viável, sem comprometer sua subsistência.
  • Aqui está o passo a passo para aderir ao Superendividamento:
  • Reúna suas dívidas: Comece listando todas as suas dívidas, mesmo aquelas que não podem ser renegociadas. Isso será essencial para que o juiz entenda sua situação financeira completa.
  • Procure orientação jurídica especializada: Contar com a ajuda de um especialista pode facilitar a negociação e garantir que seus direitos sejam respeitados.
  • Audiência de conciliação: Após reunir suas dívidas, o próximo passo é agendar uma audiência de conciliação, onde todos os seus credores serão chamados para discutir um plano de pagamento. O objetivo é encontrar uma solução viável para todas as partes.
  • Plano de pagamento: Se um acordo for alcançado, o juiz homologará um plano de pagamento, que pode durar até 60 meses. Nesse período, os juros podem ser reduzidos e o valor total da dívida pode ser ajustado para facilitar o pagamento.
  • Caso não haja acordo: Se não for possível chegar a um acordo com seus credores, o juiz pode impor um plano de pagamento judicial. Esse plano será elaborado com base nas suas condições financeiras e respeitará o mínimo existencial, garantindo que você possa viver com dignidade.

Exemplos de superendividamento na prática

  • Agora que você já conhece os detalhes da lei, veja alguns exemplos práticos que ilustram como ela pode ser aplicada:
    1. O caso de um professor superendividado: Imagine um professor que contraiu diversos empréstimos consignados e, com o tempo, acumulou dívidas de cartão de crédito. Apesar de ter um salário estável, grande parte de sua renda é destinada ao pagamento de parcelas, e ele já não consegue arcar com suas despesas básicas. Ao aderir à lei do Superendividamento, ele pode renegociar essas dívidas, estendendo o prazo para pagamento e reduzindo os juros.
    2. O policial com dívidas no cartão e financiamento de veículo: Um policial que recorreu ao cartão de crédito para cobrir despesas inesperadas e ainda possui parcelas altas de um financiamento de veículo. Nesse caso, ele pode renegociar o cartão de crédito e os empréstimos pessoais, garantindo condições melhores e preservando seu mínimo existencial.
  • Esses exemplos mostram que o superendividamento pode atingir qualquer pessoa, independentemente da profissão, e a lei está aí para oferecer uma saída.
  • A lei do Superendividamento é uma ferramenta poderosa para quem se encontra em situação financeira delicada. Ela oferece a possibilidade de renegociar dívidas, garantir o mínimo existencial e evitar o colapso financeiro. Se você se vê preso em dívidas que não consegue pagar, saiba que é possível dar um passo à frente e começar a reestruturar suas finanças de forma justa.
  • Aderir ao superendividamento pode ser o primeiro passo para recuperar o controle da sua vida financeira. Não espere mais para agir.

Conclusão

  • A lei do superendividamento é uma ferramenta poderosa para quem se encontra em situação financeira delicada. Ela oferece a possibilidade de renegociar dívidas, garantir o mínimo existencial e evitar o colapso financeiro. Se você se vê preso em dívidas que não consegue pagar, saiba que é possível dar um passo à frente e começar a reestruturar suas finanças de forma justa.
  • Aderir ao superendividamento pode ser o primeiro passo para recuperar o controle da sua vida financeira. Não espere mais para agir.
Diego de Almeida Lemos

Diego de Almeida Lemos

Advogado especialista em Direito Bancário, com foco em negociação de dívidas e superendividamento. Atua há mais de 10 anos defendendo os direitos dos consumidores contra abusos financeiros.

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