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Síndrome de burnout: O que é, como identificar e quais são seus direitos no ambiente de trabalho

O artigo explica que burnout pode ser considerado uma doença ocupacional, garantindo ao trabalhador o direito ao afastamento com atestado médico, auxílio-doença pelo INSS (em afastamentos superiores a 15 dias) e estabilidade no emprego por 12 meses após o retorno.

domingo, 22 de setembro de 2024

Atualizado em 19 de setembro de 2024 16:13

A síndrome de burnout, também conhecida como esgotamento profissional, é uma condição que tem afetado muitos trabalhadores no Brasil e no mundo. Com o aumento das pressões, prazos apertados e a constante necessidade de produtividade, a burnout tem se tornado uma preocupação crescente, especialmente no ambiente corporativo. Neste artigo, vamos explicar o que é a síndrome de burnout, como identificá-la e quais são os direitos do trabalhador quando essa condição se manifesta.

O que é a síndrome de burnout?

A síndrome de burnout é um distúrbio emocional caracterizado por um estado de exaustão física, emocional e mental causado por condições de trabalho desgastantes. É resultado de uma sobrecarga de estresse no ambiente profissional, levando o trabalhador ao esgotamento. A OMS reconheceu o burnout como uma condição relacionada ao trabalho, o que reforça a seriedade do tema.

Os principais sintomas da síndrome de burnout incluem:

  • Exaustão física e emocional: Cansaço extremo, falta de energia e sensação de estar constantemente sobrecarregado;
  • Falta de motivação: Dificuldade em se concentrar, falta de entusiasmo e uma sensação constante de fracasso;
  • Alterações de humor: Irritabilidade, nervosismo, ansiedade e até mesmo depressão;
  • Problemas físicos: Insônia, dores de cabeça frequentes, problemas gastrointestinais e dores musculares;
  • Isolamento social: Distanciamento de colegas de trabalho, amigos e familiares.

Esses sintomas não devem ser ignorados, pois podem evoluir para um quadro mais grave de saúde mental.

Síndrome de burnout e os direitos do trabalhador

Para o trabalhador que sofre de burnout, é importante entender que essa condição pode ser considerada uma doença ocupacional, ou seja, relacionada diretamente ao ambiente de trabalho. Segundo a legislação brasileira, a síndrome de burnout pode ser enquadrada como acidente de trabalho, desde que comprovada a relação entre o trabalho e o esgotamento.

1. Direito ao afastamento:

Se diagnosticado com burnout, o trabalhador tem direito ao afastamento de suas atividades profissionais para tratamento médico. O afastamento deve ser justificado por um atestado médico que comprove a necessidade de se ausentar do trabalho para cuidar da saúde.

2. Auxílio-doença e benefícios do INSS:

Caso o afastamento seja superior a 15 dias, o trabalhador pode solicitar o auxílio-doença junto ao INSS. Para isso, é necessário passar por uma perícia médica que comprove a incapacidade temporária para o trabalho devido à síndrome de burnout.

3. Estabilidade no emprego:

Em casos de afastamento superior a 15 dias e recebimento de auxílio-doença, o trabalhador tem direito à estabilidade no emprego por pelo menos 12 meses após o retorno ao trabalho, conforme a legislação trabalhista.

4. Indenização por danos morais:

Se for comprovado que o burnout foi causado por condições inadequadas de trabalho, como excesso de cobranças, assédio moral ou falta de suporte, o trabalhador pode ter direito a uma indenização por danos morais. A empresa tem o dever de zelar pela saúde mental dos seus funcionários, e a negligência nesse aspecto pode gerar responsabilidade civil.

Como prevenir o burnout no ambiente de trabalho?

Para evitar a síndrome de burnout, é essencial que tanto o trabalhador quanto a empresa adotem medidas para um ambiente de trabalho mais saudável. Algumas dicas incluem:

  • Carga de trabalho razoável: Evitar a sobrecarga e prazos excessivamente curtos;
  • Ambiente de trabalho saudável: Promover um espaço onde o diálogo, o respeito e o apoio sejam incentivados;
  • Pausas regulares: Estimular os funcionários a fazerem pausas durante o expediente para aliviar o estresse;
  • Treinamentos e conscientização: Promover programas de conscientização sobre a saúde mental no trabalho.

Conclusão

A síndrome de burnout é um problema sério que afeta milhares de trabalhadores e precisa ser tratada com atenção. Conhecer seus direitos é o primeiro passo para buscar o apoio necessário e garantir um ambiente de trabalho mais saudável.

Ricardo Nakahashi

VIP Ricardo Nakahashi

Advogado e Pós-graduado em Direito Processual Civil pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo - PUC/SP. Especialista em Direito do Trabalho.

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