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Medidas jurídicas para evitar que seu filho fique com um pai ausente após seu falecimento

Ser mãe solo é um ato de coragem, mas traz preocupações sobre o futuro dos filhos. A insegurança sobre quem cuidará deles em caso de falecimento é comum. Existem medidas jurídicas, como a elaboração de um testamento, que permite nomear um tutor de confiança.

sábado, 21 de setembro de 2024

Atualizado em 19 de setembro de 2024 16:12

Imagine seu filho sendo obrigado a viver com um pai negligente, alguém que nunca esteve presente em suas noites de febre, que nunca compareceu às reuniões da escola ou sequer sabe qual é o prato favorito dele. Agora pense nas situações que ele pode enfrentar: Acordar em uma casa estranha, sem o aconchego da mãe que sempre esteve lá para acalmá-lo depois de um pesadelo; ter que lidar com a ausência de um abraço reconfortante quando estiver triste ou precisar de apoio. Ele pode se sentir perdido e inseguro, sem a rotina que o fazia se sentir protegido. E ainda pior, pode ter que enfrentar momentos de solidão, recebendo apenas o olhar indiferente de alguém que não entende suas emoções, seus medos ou sonhos. Imagine o quanto isso pode machucar o coração de uma criança, que de uma hora para outra se vê sem o único porto seguro que tinha.

Ser mãe solo é um ato de coragem e amor incondicional, mas também traz preocupações diárias, especialmente sobre o futuro de seu filho caso algo aconteça com você. Uma das maiores angústias é imaginar o que aconteceria com seu filho menor se você viesse a falecer.

Felizmente, existem medidas jurídicas que você pode tomar para evitar essa situação e garantir que seu filho fique com alguém de confiança.

A Importância de Planejar o Futuro

Essa preocupação é mais comum do que se imagina, e muitas mães solo compartilham do medo de deixar seus filhos desamparados ou em mãos indesejadas. O planejamento do futuro do seu filho é uma maneira de aliviar essa ansiedade e garantir que, mesmo na sua ausência, ele seja cuidado da melhor maneira possível.

Medidas Jurídicas ao Seu Alcance

Você sabia que existem diversas maneiras de planejar a tutela do seu filho caso você não esteja mais presente? Algumas dessas medidas são simples e podem ser feitas em cartório, enquanto outras exigem um pouco mais de formalidade. Conheça as principais opções:

1. Testamento Nomeando um Tutor

Uma das formas mais seguras de expressar sua vontade é por meio de um testamento. Nele, você pode indicar uma pessoa de confiança para ser o tutor do seu filho em caso de seu falecimento. Essa é uma ferramenta poderosa, pois o Código Civil brasileiro permite que os pais nomeiem um tutor para seus filhos menores, e essa vontade será levada em consideração pelo juiz ao decidir sobre a guarda.

Para fazer um testamento, basta procurar um cartório e registrar sua vontade. É importante que ele seja feito de maneira formal, seguindo todos os requisitos legais, para que tenha validade e força jurídica. Lembre-se de que um testamento pode ser alterado a qualquer momento, conforme suas necessidades e desejos mudem ao longo do tempo.

2. Declaração Extrajudicial em Cartório

Outra medida mais simples e que pode ser feita em cartório é uma declaração extrajudicial. Nessa declaração, você manifesta sua vontade sobre quem deveria cuidar do seu filho em caso de seu falecimento. Embora essa declaração não tenha a mesma força de um testamento, ela serve como um indicativo importante de suas intenções e pode ser considerada em um processo judicial.

Essa declaração deve ser detalhada e explicar os motivos pelos quais você prefere que determinada pessoa assuma a tutela de seu filho, caso algo lhe aconteça. A vantagem desse documento é sua simplicidade e rapidez para ser feito, além de ter um custo mais acessível.

3. Nomeação de Tutor por Escritura Pública

Outra alternativa é a nomeação de um tutor por meio de escritura pública. Este é um documento feito em cartório, onde você indica uma pessoa específica para ser a tutora do seu filho. A escritura pública será levada em consideração pelo juiz na análise do melhor interesse da criança, caso você venha a falecer.

Assim como no testamento, a pessoa indicada deverá ser apta para exercer a tutela, e a nomeação pode ser feita de forma a detalhar os motivos da sua escolha, mostrando ao juiz que essa é a melhor opção para o bem-estar da criança.

Proteção e Tranquilidade

Essas medidas podem trazer uma sensação de alívio e segurança, sabendo que você tomou providências para proteger seu filho, mesmo que você não esteja mais presente. Ter um plano definido é uma forma de exercer o cuidado e o amor que você tem pelo seu filho, garantindo que ele ficará com alguém que você confia e que terá o melhor interesse dele em mente.

Lembre-se: O juiz sempre terá a palavra final, mas expressar a sua vontade de forma clara e legalmente reconhecida pode ser crucial para que ela seja respeitada. Assim, você pode seguir em frente com mais tranquilidade, sabendo que seu filho terá um futuro mais seguro e protegido.

Luis Gustavo Narciso Guimarães

VIP Luis Gustavo Narciso Guimarães

Graduado pela Universidade Federal do Espírito Santo em 2003; Pós-Graduado em Direito Tributário pela Universidade do Sul de Santa Catarina - Unisul; Especialista em Ações de Família

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