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Profissional de inovação é responsável por criar ponte entre o setor jurídico e novas tecnologias

A transformação digital está impactando significativamente o setor jurídico, exigindo uma adaptação mais ágil para atender às novas demandas e expectativas do mercado. Especialistas em inovação, como o CIO, estão se tornando cruciais no Brasil, liderando a adoção de tecnologias para otimizar operações e serviços.

quinta-feira, 19 de setembro de 2024

Atualizado em 20 de setembro de 2024 10:37

A transformação digital tem impactado significativamente setores dos mais diversos, inclusive o jurídico. Ao compararmos a adoção de ferramentas e soluções digitais na área jurídica com outros mercados, percebemos que a transformação nessa área tem acontecido de forma extemporânea. A transformação digital é o processo de adoção de tecnologias digitais para otimizar processos, produtos e serviços, gerando valor para os clientes e para o negócio. No setor jurídico, essa transformação é essencial para acompanhar as demandas e expectativas de um mercado cada vez mais dinâmico, competitivo e regulado.

Por esse motivo, a presença de especialistas em inovação torna-se cada vez mais essencial no setor jurídico brasileiro. Responsáveis por mapear as soluções tecnológicas, assim como gerenciar os projetos de implementação das tecnologias, esses profissionais provocam mudanças significativas nos negócios, uma vez que há uma melhora significativa no posicionamento de escritórios de advocacia e departamentos jurídicos em índices como competitividade e eficiência.

Segundo uma recente pesquisa da Thomson Reuters, 59% dos advogados que trabalham em departamentos jurídicos afirmaram que a inteligência artificial poderia ser empregada em situações técnicas e estratégicas. Esse dado demonstra com os profissionais do setor estão cada vez mais cientes do potencial da IA e de outras tecnologias.

Nesse contexto, algumas posições voltadas para esse tipo de atuação estão se consolidando no exterior, como o Chief Innovation Officer (CIO). Com conhecimento jurídico profundo, esse profissional normalmente é formado em direito, mas optou por não advogar. Com a abertura do mercado jurídico ao tema da inovação, surge essa nova carreira destinada ao profissional que é responsável por liderar a transformação digital e a implementação de ferramentas como inteligência artificial e automação de processos, utilizadas para otimizar operações e melhorar a prestação de serviços jurídicos. Essas tecnologias podem auxiliar os profissionais jurídicos a realizar atividades como pesquisa, revisão, classificação e gestão de documentos, contratos, processos e casos, com mais rapidez, precisão e segurança.

Nesse contexto, é fundamental destacar as competências necessárias para um profissional que ocupa posições voltadas para a inovação digital do setor jurídico. Esse profissional precisa conhecer o intimamente o dia a dia de um escritório de advocacia e de um departamento jurídico para conseguir enxergar as dores e oportunidades de transformação digital. Além do conhecimento técnico em direito, é essencial que esse profissional possua habilidades de gestão de projetos, pensamento crítico, resolução de problemas complexos, capacidade de tomar decisões estratégicas com base em dados e tendências do mercado.

Ser um profissional de inovação no setor jurídico traz muitas oportunidades e vantagens, como estar na vanguarda das tendências e soluções tecnológicas, contribuir para a melhoria da qualidade e da eficiência dos serviços jurídicos, e gerar valor para os clientes e para o negócio. No entanto, também envolve muitos desafios, como lidar com a resistência à mudança, a complexidade regulatória, a escassez de talentos e a necessidade de capacitação contínua.

Para exercer com excelência as funções relacionadas à inovação digital e à transformação dos negócios, esse profissional precisa dominar o conhecimento técnico em direito, gerenciar projetos, pensar criticamente, resolver problemas complexos, tomar decisões estratégicas com base em dados e tendências do mercado, liderar e promover a cultura da inovação dentro da organização, identificar oportunidades de melhoria, adaptar-se rapidamente às mudanças do mercado e colaborar com equipes multidisciplinares.

À medida que o Brasil avança nessa jornada, o profissional da inovação jurídica se tornará cada vez mais central para transformar e impulsionar o setor, alinhando-o com as melhores práticas e tecnologias em larga adoção no mercado global. A inovação não é mais uma opção, mas uma necessidade para os escritórios de advocacia que querem se manter relevantes e competitivos no mercado jurídico. Por isso, é fundamental que eles se posicionem como agentes de transformação, buscando as melhores práticas e tecnologias em larga adoção no mercado global.

Lisa Worcman

Lisa Worcman

Sócia sponsor - attix MBA em Gestão Econômica e Financeira - Fundação Getúlio Vargas (FGV-SP); Especialização em Tributário - Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP); Extensão em Entertainment Law - New York University, Nova York, EUA; Bacharelado em Direito - Universidade Presbiteriana Mackenzie.

Mariane Cortez

Mariane Cortez

Consultora de inovação attix. LLM em Direito Societário no Insper; Especialização em Direito Empresarial pelo CEU - Law School, Bacharelado em Direito - Universidade Presbiteriana Mackenzie.

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