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Mitigando riscos jurídicos em saúde e estética: Abordagens práticas

O cenário jurídico da área da saúde e estética se torna cada vez mais complexo e dinâmico, expondo clínicas e profissionais a crescentes riscos de responsabilização judicial.

sexta-feira, 7 de junho de 2024

Atualizado às 08:02

Em um mundo jurídico cada vez mais complexo e dinâmico, a responsabilização judicial se tornou uma realidade inevitável para empresas e profissionais de diversos setores, principalmente para a área da saúde e estética. A crescente onda de litígios e ações judiciais impulsionada por fatores como o aumento da consciência dos direitos do consumidor, a cultura da litigância e a (in)segurança jurídica brasileira, torna crucial a adoção de estratégias jurídicas eficazes para minimizar os impactos negativos desses processos e proteger a integridade e a sustentabilidade dos negócios da área de saúde e estética.

A falta de atenção aos aspectos legais expõe profissionais e clínicas a riscos desnecessários, aumentando as chances de litígios e ações judiciais.

Após a conscientização sobre a importância das questões jurídicas, o próximo fundamental para minimizar os impactos da responsabilização judicial é realizar uma meticulosa identificação dos riscos jurídicos específicos a que cada modelo e área de atuação estão expostos. Essa análise aprofundada deve considerar as particularidades de cada setor de atuação, as características dos serviços oferecidos, o histórico de litígios dos profissionais, consultório ou clínica, as tendências do mercado e as mudanças no ambiente regulatório.

Mapear os riscos permite que sejam direcionadas as medidas preventivas de forma mais eficaz, otimizando recursos e maximizando os resultados. Entre os principais riscos que devem ser cuidadosamente avaliados, destacam-se a Responsabilidade Civil, Responsabilidade Trabalhista, Responsabilidade Fiscal e Tributária e a Responsabilidade em Proteção de Dados.

Dentre essas, cabe enfatizar a Responsabilidade Civil, isto é, a responsabilidade por eventuais danos causados ao consumidor por falhas na prestação de serviços, que é uma das matérias de maior crescimento no judiciário brasileiro, gerando um alto volume de litígios e ações judiciais e impactando negativamente as finanças e a reputação da clínica e dos profissionais. 

Realizar uma análise detalhada dos riscos específicos permite que a empresa desenvolva estratégias direcionadas e eficazes.

Após a precisa identificação dos riscos, o desenvolvimento de políticas internas claras, específicas e eficazes que deverão ser implantadas em todos os setores da clínica/consultório é crucial para permear a cultura organizacional e promover uma postura ética e responsável em todas as atividades.

As políticas internas servem como um guia fundamental para o dia a dia das atividades de saúde e estética, orientando os colaboradores sobre os procedimentos corretos a serem seguidos, as normas a serem cumpridas e as responsabilidades a serem assumidas.

Através da implementação de políticas bem estruturadas, é possível prevenir falhas e negligências, promover a conformidade, assegurar a padronização, diminuir os riscos e fortalecer a governança corporativa.

Alguns pontos essenciais para o desenvolvimento de políticas internas eficazes incluem a criação de manuais e procedimentos operacionais detalhados, a implementação de programas de treinamento contínuo para os colaboradores e a realização de auditorias internas periódicas.

A utilização de contratos e documentação legal bem elaborados é uma das estratégias mais eficazes para minimizar os riscos de responsabilização judicial e proteger os interesses de clínicas e profissionais em diversas áreas. Contratos claros, precisos e personalizados servem como um escudo jurídico, definindo responsabilidades, prevenindo mal-entendidos e estabelecendo as bases para uma relação sólida e segura.

Alguns dos principais benefícios da utilização estratégica de contratos e documentação legal incluem a definição clara de direitos e obrigações, a prevenção de mal-entendidos e conflitos, a prova documental em caso de litígios, a agilização da resolução de disputas e o fortalecimento da imagem da empresa.

Porém, para que esses contratos e documentos cumpram com o seu papel legal é preciso seguir algumas recomendações como a utilização de linguagem clara, objetiva e precisa, atenção com todos os pontos relevantes a serem registrados, atualização constante desses contratos e documentos e armazenagem segura.

As estratégias jurídicas são ferramentas essenciais para minimizar os impactos da responsabilização judicial, pois ao identificar riscos, desenvolver políticas internas, utilizar contratos bem elaborados e manter-se atualizado com as mudanças legislativas, empresas e profissionais podem proteger melhor os negócios dessa área e reduzir os riscos de litígios.

Bruna Braga

Bruna Braga

Advogada Especialista em Advocacia Empresarial pela PUC Minas.

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