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7 sinais de que você precisa melhorar como líder urgentemente

Liderança eficaz é crucial no setor jurídico. Este artigo destaca sete sinais que indicam a necessidade de investir em treinamento para aprimorar suas habilidades de liderança.

quinta-feira, 16 de maio de 2024

Atualizado às 13:17

No complexo ambiente de responsabilidades que envolve a gestão no setor jurídico, a liderança emerge como um pilar central, capaz de transformar desafios em oportunidades e equipes em verdadeiros coletivos de sucesso. No entanto, a linha entre liderar eficazmente e falhar nessa missão pode ser tênue e, muitas vezes, invisível aos olhos do próprio líder.

Será que você, como líder, está cultivando um ambiente de crescimento e inovação, ou está inadvertidamente colocando barreiras ao progresso da sua equipe?

Este artigo propõe um mergulho introspectivo em práticas da liderança, destacando sete sinais reveladores de que é hora de você investir em treinamento para se qualificar neste papel. À medida que exploramos esses sinais, encorajamos cada líder a refletir: "Estou realmente apoiando o sucesso da minha equipe, ou estou sendo um obstáculo para ele?"

1. Domínio das conversas com críticas e negatividade

Como primeiro sinal, a predominância de críticas e negatividade em suas interações pode ser um indicativo de que sua liderança está mais focada em falhas do que em potencialidades.

Liderar com um foco desproporcional em críticas e falhas pode não apenas desmotivar a equipe, mas também fomentar um clima de medo e resistência à inovação. Se os membros da equipe se sentem menos inclinados a assumir riscos ou trazer novas ideias por receio de repreensões, é tempo de refletir sobre o impacto de suas palavras e ações.

Solução: Para contrabalançar essa tendência, implemente uma política de "cinco para um" em feedbacks, onde, por cada comentário crítico, você oferece cinco elogios ou comentários positivos. Isso não apenas melhora o moral da equipe, mas também fortalece o relacionamento e a comunicação efetiva. Dedique um tempo durante as reuniões para destacar sucessos específicos dos membros da equipe, o que pode ser incrivelmente encorajador e transformador.

2. Falta de receptividade a feedbacks

Você recebe feedbacks negativos dos seus colaboradores? Se a resposta é não, é preciso acender um alerta. Muitos dos meus mentorados afirmam estar abertos a feedbacks, mas relatam que suas equipes não vêm expressá-los. Se isso está acontecendo com você, é crucial refletir: você presta atenção à sua própria linguagem corporal e expressões faciais quando recebe uma crítica? Mesmo que não diga nada que refute o que está sendo dito, sua linguagem não verbal pode ser bastante intimidante.

Lembra da Miranda Priestly em "O Diabo Veste Prada", interpretada pela fantástica Meryl Streep? O quanto ela era capaz de falar apenas com o olhar? Essa sutileza no comportamento não verbal pode ser suficiente para desencorajar seus colaboradores de compartilhar feedbacks honestos. Se ninguém na sua equipe vem até você com feedbacks negativos, esse é o maior alerta de que algo realmente está errado.

A ausência de críticas construtivas pode indicar que seus colaboradores não se sentem seguros ou valorizados o suficiente para expressar suas verdadeiras opiniões. Este cenário pode criar um ambiente estagnado, limitando severamente as oportunidades para inovação e melhorias contínuas.

Solução: Cultive um ambiente onde feedback seja visto como uma oportunidade para crescimento e aprendizado mútuo. Estabeleça sessões regulares de "feedback reverso" e mostre-se genuinamente receptivo às críticas, tanto verbalmente quanto não verbalmente. Documente o feedback recebido, discuta-o abertamente em futuras reuniões e demonstre, por meio de ações concretas, como algumas das sugestões que façam sentido, estão sendo integradas. Se necessário, utilize ferramentas anônimas de feedback para começar a fomentar uma comunicação honesta e livre de represálias, mas procure evoluir para trocas mais pessoais, incentivando assim uma cultura de melhoria contínua e transparência.

3. Flutuação emocional

Existem líderes que são como o tempo em São Paulo, onde sol e chuva, frio e calor podem se alternar inesperadamente ao longo do dia. Essas flutuações emocionais que podem deixar a equipe em constante estado de alerta e estresse sem necessidade. Tais variações podem minar a confiança e a cooperação, tornando difícil para a equipe saber o que esperar de um dia para o outro ou até no mesmo dia.

Solução: Trabalhe para aprimorar a sua inteligência emocional, através do autoconhecimento, da autorregulação, meditação, coaching ou terapia. Além disso, desenvolva uma prática de reflexão diária sobre suas interações e emoções, identificando gatilhos e trabalhando proativamente para mitigar suas reações. Comunicar abertamente sobre suas lutas e progressos nessa área também pode ajudar a humanizar você como líder e modelar um comportamento positivo para a equipe.

4. Visão limitada à performance e tarefas

Frequentemente, as conversas entre líderes e seus times limitam-se a metas, resultados e procedimentos. Isso pode levar a um conhecimento superficial dos membros da equipe, restrito a suas funções, títulos e desempenho no trabalho. Do mesmo modo, sua equipe pode acabar conhecendo você apenas como um gestor, não como um ser humano, reduzindo as interações a uma troca bidimensional e impessoal.

A humanização na liderança é fundamental para criar um ambiente de trabalho mais envolvente e motivador. Reconhecer e valorizar os membros da equipe como indivíduos completos, com vidas e interesses fora do trabalho, é o primeiro passo para construir uma cultura de confiança e cooperação. Relações baseadas em autenticidade e interesse mútuo são a base de um ambiente colaborativo onde as pessoas não só trabalham juntas, mas também se apoiam e se inspiram mutuamente.

Solução: Para fomentar uma liderança mais humanizada, é essencial dedicar esforços em conhecer profundamente os membros da sua equipe além de suas funções profissionais. Comece estabelecendo diálogos que envolvam não apenas as metas e desempenhos, mas também aspectos da vida pessoal de cada um. Demonstre interesse genuíno por suas paixões, famílias e hobbies. Da mesma forma, compartilhe detalhes da sua própria vida fora do trabalho, o que pode ajudar a quebrar a imagem de um líder distante e inacessível.

Institua reuniões regulares focadas no desenvolvimento pessoal, alternando entre discussões formais sobre carreira e conversas informais sobre interesses pessoais. Esses momentos são oportunidades para fortalecer laços e fomentar um ambiente de trabalho baseado no respeito mútuo e na empatia.

Além disso, celebre os momentos significativos da vida dos membros da equipe, como aniversários e conquistas pessoais. Essa prática não apenas melhora o moral, mas também reforça uma cultura organizacional onde cada indivíduo se sente valorizado e parte integral do time.

Essas iniciativas promovem uma atmosfera de trabalho onde o respeito e a compreensão são recíprocos, resultando em uma equipe mais coesa, motivada e produtiva.

5. Rigidez excessiva

A inflexibilidade pode ser fatal para a carreira de um líder. À medida que as indústrias evoluem e as tecnologias se tornam obsoletas, aderir rigidamente a regras e procedimentos antigos pode não apenas impedir o progresso, mas também alienar e frustrar sua equipe. Utilizar soluções desatualizadas para novos desafios significa tentar prosperar em um mundo que já não existe mais.

Além disso, a rigidez pode expulsar talentos valiosos. Regras arbitrariamente rígidas e a aplicação inflexível de políticas podem desencadear insatisfação e desengajamento, levando os membros da equipe a procurar ambientes de trabalho mais adaptáveis e acolhedores. A equipe que você lidera é uma complexa rede de emoções, experiências e desafios individuais; tentar confinar essa diversidade em um conjunto de regras estritas é tanto redutor quanto contraproducente.

Solução: Adote uma gestão mais flexível, que reconheça e se adapte às mudanças do mercado e às necessidades individuais de sua equipe. Mantenha padrões e princípios operacionais claros e consistentes, mas seja flexível em sua aplicação. Permita que sua equipe tenha voz ativa nas decisões que afetam seu trabalho e esteja aberto a ajustar políticas quando estas não mais servirem ao propósito desejado. Experimente novas abordagens e esteja disposto a fazer exceções quando elas beneficiarem o bem-estar e a produtividade da equipe. Em suma, forneça opções e flexibilidade, não rigidez e ortodoxia.

6. Desrespeito pelo tempo pessoal

O envio constante de mensagens de trabalho fora do horário comercial, como emails à noite ou mensagens de texto nos fins de semana, pode ser prejudicial, minando o descanso e o espaço pessoal dos membros da sua equipe.

Essas intrusões frequentes podem impedir que os colaboradores desliguem completamente do ambiente de trabalho, essencial para a recuperação mental e física.

Embora possa parecer eficiente lidar com assuntos urgentes assim que eles surgem, é crucial avaliar a real necessidade de interromper o período de descanso das pessoas. O assunto é realmente urgente ou está havendo um excesso de ansiedade e desorganização?

Muitas vezes, a pressa do líder pode refletir mais uma conveniência pessoal do que uma necessidade objetiva, desconsiderando o impacto no bem-estar da equipe. Este hábito não só pode levar ao esgotamento, como também pode criar ressentimento e reduzir a eficácia geral da equipe.

Solução: Cultive uma cultura de respeito pelo tempo pessoal dos colaboradores, estabelecendo diretrizes claras para comunicação fora do horário de expediente. Promova o uso de ferramentas que permitam agendar o envio de emails e outras mensagens para o início do próximo dia útil.

Encoraje a equipe a desconectar-se após o trabalho e a não responder a comunicações profissionais durante seus momentos de descanso, a menos que se trate de uma verdadeira emergência. Mostre por meio de ações que você valoriza o equilíbrio entre vida pessoal e profissional, estabelecendo um exemplo de comunicação respeitosa e considerada.

7. Falta de diversidade nas perspectivas da equipe

Muitos líderes são naturalmente atraídos por candidatos que se assemelham a eles mesmos, tanto em pensamento quanto em comportamento. Essa tendência, embora compreensível, pode levar à formação de uma equipe homogênea que, ao longo do tempo, pode se tornar menos eficaz ao enfrentar desafios complexos e buscar soluções inovadoras.

Ao não promover uma diversidade real de perspectivas, você pode estar não apenas limitando o potencial de sua equipe, mas também amplificando pontos cegos e lacunas de competências.

Uma equipe que reflete apenas o seu próprio modo de pensar pode parecer menos conflituosa e mais coesa, mas tal uniformidade frequentemente suprime a dissidência criativa e a inovação. A verdadeira força surge quando diferentes pontos de vista e habilidades se complementam, equilibrando os pontos fracos uns dos outros e fortalecendo o grupo como um todo.

Solução: Comprometa-se a cultivar uma equipe verdadeiramente diversificada. Isso envolve buscar ativamente perspectivas e habilidades que sejam distintas das suas durante o processo de contratação.

Valorize e celebre as diferenças individuais, criando um ambiente onde todos são incentivados a contribuir com suas ideias únicas e onde a dissidência é vista como uma oportunidade para o crescimento.

Encoraje os membros da equipe a explorar ideias alternativas e a abordar conflitos de ideias com curiosidade e mente aberta. Garanta que todos na equipe tenham oportunidades iguais para se desenvolver e prosperar, promovendo uma cultura que não apenas aceita, mas abraça a variedade como um elemento fundamental para o sucesso coletivo.

Conclusão:

Ao refletir sobre a jornada de liderança no setor jurídico, torna-se evidente que o verdadeiro líder não é aquele que meramente delega tarefas ou impõe autoridade, mas sim aquele que inspira, motiva e transforma.

Cada ponto destacado serve como um convite para uma introspecção profunda e uma revisão de práticas.

O sucesso de uma equipe depende não só da habilidade técnica de cada membro, mas crucialmente da capacidade do líder de criar um ambiente onde todos se sintam seguros, valorizados e compreendidos.

Liderar é um equilíbrio contínuo entre assertividade e empatia, estrutura e flexibilidade, orientação e liberdade.

Que cada advogado em posição de liderança possa ver neste artigo um espelho que reflete não apenas suas fraquezas, mas também um mapa que aponta para um caminho de crescimento contínuo e desenvolvimento sustentável.

Que o seu legado seja marcado por equipes que superam desafios não por obrigação, mas movidas pela inspiração e pelo respeito mútuo que você cultivou.

Maria Olívia Machado

VIP Maria Olívia Machado

Estrategista de carreira e negócios jurídicos com quase 15 anos de experiência. Autora de 5 livros, Professora da USP, Top Voice Linkedin, catalisadora da transformação de ideias em resultados.

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