Integrando o ESG nas telecomunicações: Um caminho necessário para a sustentabilidade e inclusão
Setor de telecomunicações foca em responsabilidade social e sustentabilidade. Anatel cria grupo para abordar questões ESG, incluindo descarte adequado de resíduos eletrônicos. Empresas adotam reciclagem e reutilização para minimizar impacto ambiental.
quarta-feira, 24 de abril de 2024
Atualizado às 09:33
Nos últimos anos, o setor de telecomunicações tem passado por uma transformação significativa, não apenas impulsionada pela inovação tecnológica, mas também pela crescente demanda por responsabilidade social e sustentabilidade.
A importância do tema para o setor está tão em voga, que em janeiro desse ano, a Anatel - Agência Nacional de Telecomunicações criou um grupo de estudos destinado a abordar especificamente questões ESG (Ambiental, Social e Governança, em português) no setor de telecomunicações. Essa iniciativa reflete o compromisso da agência em desenvolver diretrizes e melhores práticas que integrem considerações ambientais, sociais e de governança no âmbito das empresas de telecomunicações.
Um dos principais desafios enfrentados pelo setor de telecomunicações é o descarte responsável de equipamentos eletrônicos. Com a rápida evolução da tecnologia, os dispositivos eletrônicos estão se tornando obsoletos em um ritmo acelerado, levando a um aumento significativo no descarte de resíduos eletrônicos. Estima-se que toneladas de resíduos eletrônicos sejam descartadas anualmente em todo o mundo, apresentando desafios ambientais e de saúde pública.
Para enfrentar esse desafio, as empresas de telecomunicações estão implementando programas de reciclagem e recuperação de dispositivos eletrônicos, visando reduzir o desperdício e minimizar o impacto ambiental. Além disso, estão promovendo a reutilização e o reparo de dispositivos, estendendo sua vida útil e reduzindo a necessidade de descarte.
Outra prioridade premente do setor é a promoção da diversidade e inclusão. Reconhece-se historicamente que o setor de telecomunicações sempre foi dominado por homens.
Equipes diversificadas, compostas por membros de diferentes origens, experiências e perspectivas, tendem a ser mais criativas e inovadoras. Isso é especialmente relevante em um setor que está constantemente enfrentando desafios. Dentre os esforços emanados, por exemplo, está o aumento da representação de mulheres nas telecomunicações.
Uma empresa que valoriza a diversidade e a inclusão tem mais probabilidade de desenvolver produtos e serviços que atendam às necessidades de grupos demográficos diversos, aumentando assim sua base de clientes e sua competitividade no mercado.
Não restam dúvidas que as telecomunicações estão entrando em uma nova era, onde a inclusão e a sustentabilidade são fundamentais para o sucesso a longo prazo. A iniciativa da Anatel é um passo importante na direção certa. Ao integrar considerações ambientais, sociais e de governança em suas operações, as empresas de telecomunicações não apenas atendem às demandas dos consumidores e reguladores, mas também contribuem para um futuro mais justo, inclusivo e sustentável para todos.
Bianca Silveira
Sócia na área de ESG e Líder do projeto de Negócios Responsáveis do PDK Advogados.