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A era da inteligência artificial no direito: Brasil em contexto global

A ascensão da IA tem transformado o campo jurídico, influenciando processos judiciais e políticas públicas. No Brasil, seu impacto reflete uma busca por eficiência, mas também levanta questões éticas e de governança no sistema judicial.

segunda-feira, 18 de dezembro de 2023

Atualizado às 14:20

1. Introdução

A ascensão da IA tem remodelado várias esferas da sociedade, incluindo o campo do direito, que não escapa a essa revolução tecnológica. Em um mundo cada vez mais digitalizado, a IA está redefinindo a maneira como interagimos com as leis, influenciando desde a gestão de processos judiciais até a formulação de políticas públicas. Este artigo busca explorar o impacto dessa transformação digital no sistema judiciário brasileiro, inserindo-o no panorama mais amplo da inovação global em IA. Ao fazê-lo, revela-se um cenário onde a tecnologia não é apenas uma ferramenta, mas também um agente de mudança fundamental.

No Brasil, os avanços na aplicação de IA no direito refletem uma tendência global de digitalização e automação, mas com características e desafios próprios. Um crescente interesse e investimento em IA dentro do judiciário brasileiro evidenciam o potencial da tecnologia para aumentar a eficiência e a precisão nas decisões judiciais. No entanto, esses desenvolvimentos não são isentos de questionamentos, pois levantam questões cruciais sobre ética e governança. A interseção entre IA e direito no Brasil, portanto, oferece um campo fértil para o estudo dos benefícios e das preocupações emergentes nesse contexto.

À medida que a IA se torna mais avançada e onipresente no sistema legal, surge a necessidade de garantir que seu desenvolvimento e aplicação sejam eticamente responsáveis. Essa responsabilidade ética abrange a garantia de que a IA respeite os direitos humanos e seja utilizada de maneira que promova a inclusão e a sustentabilidade. O compromisso com esses valores éticos não é apenas uma questão de conformidade legal, mas também uma questão de justiça social e equidade tecnológica.

Diante desse cenário, a utilização da IA no direito levanta várias questões éticas e políticas complexas. Por exemplo, a dependência de algoritmos na tomada de decisões judiciais pode perpetuar preconceitos existentes e criar novas formas de injustiça, desafiando a noção tradicional de imparcialidade judicial. Isso torna imperativo que os desenvolvedores e usuários de IA no campo do direito estejam cientes das implicações políticas e sociais de seu trabalho. Ao compreender e abordar essas questões, podemos começar a moldar um futuro em que a IA no direito seja sinônimo de justiça e equidade.

A integração da IA no sistema jurídico brasileiro é um processo complexo, repleto de oportunidades e desafios. À medida que o Brasil e o mundo continuam a navegar nesta era da transformação digital, é crucial que o desenvolvimento e a implementação da IA no direito sejam conduzidos com princípios de ética, transparência e justiça. Esta jornada não é apenas sobre a adoção de nova tecnologia, mas também sobre a redefinição de como a justiça é percebida e administrada na era digital. Ao enfrentar esses desafios, o Brasil pode se posicionar na vanguarda da inovação jurídica, pavimentando o caminho para um futuro mais justo e tecnologicamente avançado.

Victor Habib Lantyer

Victor Habib Lantyer

Advogado, Professor e Pesquisador. Autor do livro "Direito Digital e Inovação" e "Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) e seus reflexos no Direito do Trabalho", pela editora NaVida.

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