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Dados pessoais sensíveis e a comunidade LGBTQIAP+ protegendo identidades direito digital

Em meio à revolução digital, dados sensíveis, como orientação sexual, da comunidade LGBTQIAP+, merecem proteção especial de acordo com a legislação, especificamente a LGPD, exigindo atenção para garantir a privacidade e segurança dessas informações.

quinta-feira, 16 de novembro de 2023

Atualizado às 09:09

Em meio a vasta coleta de dados pessoais que atualmente ocorre em razão da revolução digital, existem informações sensíveis que merecem proteção especial, especialmente quando se trata da comunidade LGBTQIAP+. São considerados pela legislação dados pessoais sensíveis aqueles relativos à origem racial ou étnica, convicção religiosa, opinião política, filiação a sindicato ou a organização de caráter religioso, filosófico ou político, dado referente à saúde ou à vida sexual, dado genético ou biométrico, quando vinculado a um indivíduo.

A orientação sexual deve ser considerada como dado sensível nos termos do que dispõe o artigo 5, II, da LGPD. Ao identificar quais informações são sensíveis, a legislação se limita, entretanto, aos dados "referentes à vida sexual", mas, na verdade, não define esse termo. Estes dados pessoais sensíveis, incluindo orientação sexual, identidade de gênero e status sorológico, podem ser vulneráveis e requerem uma atenção especial para garantir a privacidade e segurança de seus titulares.

Muitas pessoas LGBTQIAP+ enfrentam desafios únicos, incluindo discriminação e estigmatização, que podem ser exacerbados, se suas informações sensíveis forem utilizadas de maneira equivocada ou divulgadas sem permissão. A exposição desses dados, sem permissão, pode resultar em sérias consequências, desde ostracismo social até perseguição. São inúmeras as violações aos direitos fundamentais a partir da publicação de conteúdo online descritos como homofóbicos, por exemplo, além de danos à privacidade na forma de exposições públicas. Nesse sentido, vale destacar a pesquisa do InternetLab, que revelou riscos discriminatórios no uso de algoritmos de inteligência artificial de plataformas digitais como Facebook, Twitter e YouTube, para moderar o conteúdo relativo a drag queens.

Garantir a segurança dos dados pessoais da comunidade LGBTQIAP+ não é apenas uma questão de privacidade, mas também de dignidade e igualdade. Ao proteger essas informações, estamos respeitando a identidade e os direitos fundamentais das pessoas LGBTQIAP+. Isso implica não apenas em medidas técnicas, como criptografia e proteção contra hackers, mas também em políticas governamentais sólidas e conscientização pública sobre a importância da privacidade dos dados. Educação e sensibilização também são cruciais; é fundamental que as pessoas estejam cientes dos riscos potenciais e saibam como proteger suas informações.

Em última análise, a proteção dos dados pessoais sensíveis da comunidade LGBTQIAP+ é uma questão de justiça social. Garantir a privacidade dessas informações não é apenas uma obrigação ética, mas um passo vital em direção a uma sociedade mais inclusiva e respeitosa, onde todas as pessoas, independentemente de sua orientação sexual ou identidade de gênero, possam viver suas vidas sem medo de discriminação ou violação de sua privacidade.

Adriana Garibe

Adriana Garibe

Responsável pela área de Direito Digital do escritório LEMOS Advocacia Para Negócios.

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