Lembrando meu encontro com Juscelino Kubitschek em 1967
"E foi JK, trazido para o Gotham Hotel (16E 46th Street), para esse hotel, por Tom Gorman, que o conhecia."
sexta-feira, 8 de setembro de 2023
Atualizado em 6 de setembro de 2023 14:44
"Eu quero amor feinho.
(...)
amor feinho não tem ilusão,
o que ele tem é esperança:
eu quero amor feinho"
(Adélia Pado, Poemas sobre amor com
a Orquestra de Câmara do Sesiminas)
1. Introdução
Antes, um pouco de JK.
Nasceu em 12 de setembro de 1902 em Diamantina (MG), faleceu em 22 de agosto de 1976, em Resende (RJ).
Médico, oficial da Polícia Militar mineira e político. Com 18 anos, concluído o curso de humanidades do Seminário de Diamantina, mudou-se para Belo Horizonte.
Matrimônio com Dona Sarah Gomes de Lemos (1937-1976), tiveram duas filhas, Márcia e Maria Estela, e quatro netos, sempre filiado PSD (Partido Social Democrático).
Deixou como legado imemorial, marcas do seu governo, tais como programa de desenvolvimento econômico e a construção da nova capital, Brasília - este planejado por Lúcio Costa e Oscar Niemeyer, quando este último, genial, planejou o Parque da Pampulha (BH). Ressalto que, com visão política, seu Programa de Metas (31 deles), deveria ser cumprido em cinco anos (no período de 31/1/156 até 31/1/61). JK também foi senador por Goiás (04/10/61 - 08/8/64), governador de Minas Gerais (31/1/51 - 31/3/55), deputado federal por Minas Gerais (01/2/46 - 31/1/51, anteriormente, 03/5/35 - 10/11/37). E, por fim, prefeitura de Belo Horizonte (23/10/40 - 30/10/45).
Como militar (tenente coronel), participou do histórico conflito, Revolução Constitucionalista de 1932.
Foi cassado, em 1934, pelo golpe do Estado Novo. Como o foi, outra vez, pelo golpe de 1964, e teve também seus direitos civis suspensos.
A partir de então, percorreu os Estados Unidos e a Europa, mostrando o que se passou no Brasil, mas, no retorno em 1967, teve prisão decretada por curto prazo. E, como reconhecimento a essa vida esplendorosa, foi eleito à cadeira da Academia de Letras de Minas Gerais, mas, sem êxito, pleiteou à Academia Brasileira de Letras.
Seu passamento em um acidente automobilístico de 22/8/76, foi contestado, e, como vem acontecendo mundo afora, a perícia, por duas vezes, confirmou que tudo sucedeu de forma normal.
2. A honra de ter encontrado JK em Nova Iorque, em 1965
Muitas vezes, na vida que Deus me proporcionou, surgiu a oportunidade de conversar alguns minutos com personagens ilustres (Feymann, Frei Damião, Papa Paulo VI, Jânio Quadros, Bilac Pinto e outros).
Pois, com cerca de trinta e dois anos, amparado por meu "pai americano", Tom Gorman (Thommas Matthew O'Gorman), irlandês desta cepa, católico, eu fui a Nova Iorque, em busca de ampliar conhecimentos e relações que pudessem expandir minhas atividades profissionais no Brasil. E Tom era meu cicerone.
E foi JK, trazido para o Gotham Hotel (16E 46th Street), para esse hotel, por Tom Gorman, que o conhecia.
Chegou a hora do almoço: pretendíamos levar JK para almoçar num restaurante francês (de amigos e clientes) "Le Biarritz" (325W, 57th St). Já estava compromissado, diante da recusa amigável, andamos alguns passos, atravessamos a Quinta Avenida e fomos ao elegante Café do Saint Regis Hotel (2E 55Th Street).
E lá, enquanto passavam os garçons, no horário, com martinis, os manhattans, e que tais, saboreamos um café com alguns biscoitos italianos.
Olhando para JK, notei sua mágoa, mas sem perder a fé e a coragem. Falava pausadamente, como, por mim provocado, minha família, em 1943, quando era prefeito, eu não me transferi para Belo Horizonte, porque meu pai não conseguiu emprego. Eu já havia visitado o Colégio Marista, para onde iria me transferir. Ele sorriu e me respondeu: "teria acompanhado o que fiz". Despedi-me dele às 11:45hrs.
E recordo aqui hoje, nesse deserto de patriotas, que falta JK nos provoca!
Jayme Vita Roso
Advogado.