E os filhos?

Com o divórcio dos pais, ainda que ambos digam que a preocupação maior é com a prole e em como reagirão, em como ficarão depois da separação, estão, no fundo, preocupados consigo mesmos. Com o querer mostrar para sociedade (que julga mesmo) quem se saiu melhor com o fim do matrimônio e os filhos acabam, no meio desta briga de egos, tendo que aprender a lidar com a nova realidade posta e IMPOSTA.

O primeiro drama começa com o contar para eles que os papais não são mais um casal mas que o amor por eles é incondicional e que nada vai mudar.

Primeira mentira! Eu sei, uma mentira para acalmar os ânimos e os corações.

Ora, como nada vai mudar? TUDO VAI MUDAR.

Não tem mais o futebol a noite, nem o leitinho para dormir, nem as brigas. Nem o videogame, nem a presença física daquela composição inicial com a qual eles estavam acostumados desde que nasceram.

Depois do impacto inicial de onde eles ficarão de como será a nova vida então tem o dia que chega a nova vida e com ela uma nova rotina: uma nova casa, uma nova cama, novos hábitos e talvez até novas pessoas inseridas neste contexto familiar (sim, é uma família de configuração nova) e a partir deste novo contexto eles precisam se adaptar porque não há muito o que fazer a não ser aceitar a decisão de quem ainda decide por eles.

Trazendo minha experiencia pessoal posso dizer que meus filhos, ou melhor, NOSSOS, estão mais maduros, mais unidos entre eles e dentre tantos senões mais COMPREENSIVOS entre eles e conosco.

O DIVÓRCIO não é o fim, como fala a campanha da Comissão de Familia e Sucessões da OAB SANTO AMARO, mas um RECOMEÇO e, parafraseando GUIMARÃES ROSA, o que a vida quer de nós é CORAGEM!