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A legalidade do uso da telemedicina no Brasil e seus desafios na garantia do direito à saúde

O artigo aborda a regulamentação e desafios da telemedicina no país, especialmente após a pandemia de COVID-19.

sexta-feira, 12 de maio de 2023

Atualizado às 14:27

A telemedicina é uma prática que tem ganhado destaque nos últimos anos e se tornou ainda mais relevante com a pandemia de COVID-19. A tecnologia tem permitido a realização de consultas médicas e outros serviços de saúde à distância, o que pode beneficiar pacientes que vivem em áreas remotas ou que têm dificuldades de mobilidade, por exemplo. 

No entanto, a utilização da telemedicina ainda levanta questões legais e éticas que precisam ser abordadas.

No Brasil, a telemedicina é regulamentada pelo Conselho Federal de Medicina (CFM) desde 2002, através da resolução 1.643. Essa resolução permite a realização de consultas e outros serviços médicos à distância em algumas situações, desde que sejam atendidos determinados critérios técnicos e éticos. 

Em março de 2020, em virtude da pandemia de COVID-19, o CFM publicou uma nova resolução (nº 2.227) que ampliou as possibilidades de utilização da telemedicina durante o período de emergência de saúde pública.

Apesar de a telemedicina ser regulamentada no Brasil, ainda existem desafios para garantir que o uso da tecnologia seja legal e ético. 

Um desses desafios é a garantia da segurança dos dados médicos dos pacientes. Como as informações são transmitidas pela internet, é necessário garantir a confidencialidade dos dados para evitar vazamentos ou outras formas de exposição indevida das informações.

Outro desafio é garantir que a telemedicina seja acessível a todos, independentemente da localização ou da capacidade financeira. 

Em muitos casos, o acesso à internet e a equipamentos de tecnologia pode ser limitado, o que prejudica a utilização da telemedicina. Além disso, em algumas situações, pode ser necessário o acesso a equipamentos específicos para a realização de exames ou procedimentos médicos à distância.

Por fim, é importante garantir que a utilização da telemedicina não prejudique a qualidade do atendimento médico. Em alguns casos, a realização de consultas à distância pode dificultar a avaliação do estado de saúde do paciente e prejudicar o diagnóstico. Além disso, a falta de contato pessoal entre médico e paciente pode afetar a relação de confiança e empatia entre ambos.

Em resumo, a telemedicina tem o potencial de ser uma ferramenta útil na garantia do direito à saúde no Brasil, mas ainda existem desafios a serem superados. 

É importante que a utilização da tecnologia seja regulamentada de forma clara e ética, garantindo a segurança dos dados médicos dos pacientes, o acesso equitativo a todos, a qualidade do atendimento e a manutenção da relação médico-paciente.

Daniele Kopp

Daniele Kopp

Advogada especialista em direito à saúde. Sócia nominal no escritório Kopp e Alves Advogados.

Érica Veiga Alves

Érica Veiga Alves

Advogada Especializada em Direito à Saúde e Mestre em Direito pela Universidade de Santa Cruz do Sul - UNISC, com bolsa CAPES/PROSUP (tipo II).

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