Ciranda de saúde
Descendo a ladeira, os planos de saúde não tiveram muitos motivos para comemorar o ano de 2022
terça-feira, 9 de maio de 2023
Atualizado às 14:46
Descendo a ladeira, os planos de saúde não tiveram muitos motivos para comemorar o ano de 2022. Isso porque dados da Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) certificaram uma margem de prejuízo generosa.
Já em 2023, a cabeça é outra. Agora, as operadoras passam por um momento de reconstrução e replanejamento.
Apenas entre janeiro e setembro do ano passado, conforme aponto a ANS, as empresas que ofertam esse serviço no Brasil acumularam um rombo de quase R$ 11 bilhões. Após este cenário, especialistas especulam uma fase de reestruturação interna e possíveis modificações no escopo da oferta dos pacotes. O lógico objetivo é fugir de novas decadências financeiras e reestruturar o capital.
Hoje percebemos um trabalho árduo, mas necessário para todo o nicho. E as etapas a seguir envolvem renegociação para o fluxo de pagamentos das seguradoras aos hospitais e ainda reajustes.
Os planos de saúde vão enfrentar uma boa onda de replanejamento. Estamos percebendo certas manobras que já indicam um novo comportamento por parte das seguradoras que indica questões burocráticas associadas a reformulações da demanda. Uma espécie de pente-fino nas contas deve rever os pagamentos aos hospitais, também pode limitar o número de redes credenciadas e até reposicionar os tipos de planos ofertados. No final, a conta também poderá ter algum adicional para o consumidor.
Muito disso ainda é efeito da Covid-19, que elevou muito o número de consultas, encarecer o preço de exames e também mexeu no bolso do consumidor. Enquanto planos de saúde perdiam seus assegurados porque essas pessoas se embolavam para pagar o boleto, do outro lado, os valores impostos as empresas cresciam. Não precisa ser um economista para entender que se o custo sobe e o caixa esvazia, teremos prejuízo.
E mesmo com tanto esforço, não percebo um futuro próximo tão otimista para as operadoras. Creio que estejamos num momento de retomada, os consumidores ainda não estão dispostos para adquirir planos que tenham uma margem de lucro rentável para a corporação.
Mesmo que em 2023 as pessoas estejam se recapitalizando e voltando a adquirir seus planos de saúde, a opção mais recorrente tem sido por planos com valor mais baixo, aqueles de assistência mais primária.
Mesmo que em fase de reestruturação, modificar a estrutura interna de um plano requer cuidados porque há regras as quais os planos de saúde não podem desconsiderar. A ANS limitou em 15,5% o índice de reajuste para os planos de saúde individuais e familiares até o final de abril de 2023. Depois deste mês, o contexto poderá ser outro.