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Advocacia preventiva mas acho que também podemos chamar de advocacia estratégica

A advocacia preventiva deverá estar inserida na estratégia do negócio e acompanhar permanentemente a este.

terça-feira, 28 de março de 2023

Atualizado às 14:54

Havia algum tempo já que JORGE vinha se interessando pela advocacia preventiva e passara a estudar o assunto.

Afinal, com alguns anos de exercício da advocacia já havia se dado conta de todas as dificuldades que inúmeras vezes foram enfrentadas porque o problema só chegou para ele quando estava criado - havia litígio estabelecido - e a alternativa era apenas tentar reduzir o prejuízo.

Isto já aconteceu com você profissional do direito?

É frustrante, não é mesmo, porque a margem de manobra fica muito limitado.

Sim, e também para o profissional do direito é frustrante ver que o pro-blema que ocorreu poderia ser evitado com orientação adequada, correta e principalmente oportuna.

Já aconteceu com você empresário?

Ou nos seus assuntos particulares?

Desejaria que não, mas seria uma exceção.

E JORGE se frustrava mais ainda porque muitas vezes percebia que, se tivesse chegado antes, se tivesse orientado, o andamento e desenrolar da situação teria sido outro.

Talvez nem mesmo tivesse surgido o litígio.

Ele tinha consciência de que problemas podem ocorrer, mas é nossa reação a eles que irá definir o resultado que se terá, sendo que nossa insa-tisfação com a ocorrência dos mesmos deve nos motivar a buscar soluções.

E como solução deve se entender também buscar meios para que não se repitam, evidentemente.

E de modo a dispor de mais ferramentas para o desenvolvimento da advocacia e o atendimento de seus clientes JORGE entendia que deveria buscar não apenas o conhecimento específico da área do direito, mas também de outras áreas.

Exatamente a partir desta sua disposição é que JORGE teve chamada sua atenção para o livro MINDSET ESTRATÉGICO, de LUCAS CONCHETTO: não pode deixar de reconhecer que, sim, para a advocacia preventiva inegavelmente é necessária uma mentalidade estratégica.

Certamente obteria muitas lições e ensinamentos com esta leitura.

Na capa do livro o seu autor já diz que o mindset estratégio cria 'cami-nhos para aprimorar a tomada de decisões na era da superabundância de informações'.

O livro faz todo um histórico sobre a estratégia.

É curioso observar inclusive de onde se originou a estratégia: dos campos de batalha.

Gradualmente, porém, passou ela para outros campos da civilização, chegando aos negócios e, naturalmente, se ainda não está muito difundida, deverá chegar ao direito.

Aliás, não vejo mais como separar negócios e direito e quem pensa dife-rente talvez venha a ter sérios problemas quando encontrar o direito.

Mas não falo aqui de uma estratégia de defesa.

Isto é assunto para a advocacia contenciosa.

Falo aqui de uma estratégia para diagnosticar problemas, para buscar alternativas de solução, validar as mesmas e prosseguir no acompanhamen-to da evolução destas.

Sim, a advocacia preventiva deverá estar inserida na estratégia do negócio e acompanhar permanentemente a este.

E é muito interessante observar que a proposta de um mindset estratégico acaba apontando, para o desenvolvimento de qualquer questão, ferra-mentas muito semelhantes àquelas que se entende recomendáveis para a advocacia preventiva.

A essência do pensamento estratégico é o questionamento, isto independentemente da área em que venha aplicado.

Dentro da área do direito, então, poderíamos dizer que a advocacia pre-ventiva busca estabelecer processos para a tomada de decisões e, mais do que isto, decisões certas e seguras.

Objetivamente o que se procura é trocar o feeling do profissional pelo processo, pelo método, com a adoção de um processo organizado, com etapas previsíveis e resultados esperados. A criação de um modelo previ-sível, ajustável e seguro, mesmo porque, e isto é uma constatação óbvia, não se melhora o que não é organizado (daí o porque da necessidade de trocar o feeling do profissional, que vai embora com ele, pelo processo).

E é essencial para todo o processo o histórico das ocorrências, funda-mental para evitar a repetição dos mesmos erros.

O que se pode dizer com toda a segurança é de que o pensamento estratégico é essencial para os negócios hoje em dia, sendo que na área jurídica ele será facilmente implementado através da advocacia preventiva.

Aliás, o autor do livro antes referido diz que 'pensamento estratégico' é um lifestyle e não posso deixar de concordar com ele.

Não pode ser esporádico, não pode ser eventual.

Tem que ser permanente.

Contínua.

Se nós estivéssemos abrindo algum negócio nos anos 80 ou 90, talvez até 2.000, teríamos que escolher o segmento, definir uma estratégia e im-plementar a mesma corretamente.

Somados o segmento certo, a estratégia certa, com a execução adequada da mesma o resultado seria o sucesso.

O planejamento, é importante consignar, poderia se dar a longo prazo.

Hoje o cenário não é mais este.

No mundo atual, acelerado, ágil e até mesmo imprevisível, o planejamento teve seu prazo encurtado, exigindo mesmo uma dinâmica de atualização contínua e permanente.

Se fala hoje na prestação de contas, pela gestão, a cada 3 meses, isto quando o normal até bem pouco tempo era que isto ocorresse ao final de cada ano.

Esperar todo este tempo hoje pode ser tarde.

A advocacia preventiva é a ferramenta ideal para, nas questões jurídicas envolvidas, te auxiliar nesta jornada, de vez que busca ela uma ação planejada e principalmente ativa (e não reativa, este própria da advocacia contenciosa), sendo que é possível observar dela a presença da mentalidade estratégica na medida em que envolve:

  1. análise (analisando o cenário atual em busca de problemas, atuais ou futuros);
  2. planejamento (busca as alternativas e melhorias necessárias ou mes-mo recomendáveis);
  3. execução (aqui estamos falando na realização de melhorias, através de um sistema metódico de implementação);
  4. acompanhamento (medição de resultado); e
  5. revisão (ajuste, com a adoção de outras medidas sempre que necessário).

A advocacia preventiva se propõe a te alcançar novos conceitos e novas ideias. Enfim, novas lentes de contato para decidir, sendo que, como é evidente, quanto maior for nosso acervo de lentes de contato maior é a chance de visualizarmos os problemas de forma correta, rica e poderosa, permitindo que sejam encontradas as soluções necessárias.

JORGE continua buscando evoluir.

Continua estudando

Continua questionando.

Continua aumentando o acervo de lentes de contato dele.

Você também deve fazer isto.

André Roberto Mallmann

André Roberto Mallmann

Bacharelado em ciências jurídicas e sociais pela UNISC no período de 1982 a 1986, pós-graduado em direito das coisas pela UNIVATES e atualmente cursando MAB na PUC-RS.

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