Como é utilizada a escala hare de psicopatia (PCL - R)?

A Escala Hare de Psicopatia (PCL-R) é um instrumento de uso internacional, validada para aplicação no Brasil pela psiquiatra Dra. Hilda Morana, tendo sido aprovada expressamente pelo Sistema de Avaliação e Testes Psicológicos (SATESPI) do Conselho Federal de Psicologia (disponível em: https://satepsi.cfp.org.br/testesFavoraveis.cfm), sendo suas normativas de validade, fidedignidade e padronização embasadas em pesquisas de amostra Brasileira e com ampla fundamentação científica.

A finalidade desta testagem é avaliar a possível presença de psicopatia e o grau de risco da reincidência criminal. A Escala Hare de Psicopatia pondera traços de personalidade prototípicos de psicopatia. (MORANA, 2003)

Entende-se por psicopatia, o conjunto de características de personalidade e de comportamentos socialmente desviantes. Ela não é compreendida a partir da visão tradicional da doença mental. Psicopatas são indivíduos que não são delirantes, pelo contrário, compreendem o caráter de suas ações.

O conceito de psicopatia, no âmbito forense é direcionado e relacionado com as questões essenciais como a previsão da reincidência criminal, a possibilidade de reabilitação social, a concessão de benefícios penitenciários e outros esclarecimentos.

A Escala Hare foi projetada para avaliar de maneira segura e objetiva o grau de periculosidade e de readaptabilidade à vida comunitária de condenados. Os países que a instituíram apresentaram considerável índice de redução da reincidência criminal. (HARE, 1991)

Esse instrumento é considerado "padrão ouro" na avaliação da psicopatia, principalmente por ser extensamente investigado em termos de suas propriedades psicométricas dentro da área.

Sua estrutura engloba 20 itens, que recebem, cada um, 0 (zero), 1 (um) ou 2 (dois) pontos. Assim, seu escore global oscila de 0 (zero) a 40 (quarenta) pontos.

No quadro abaixo, encontram-se os itens avaliados pelo instrumento.

Vide:

Item

Loquacidade/Charme Superficial

Superestima

Necessidade de estimulação/Tendência ao tédio

Mentira patológica

Vigarice/Manipulação

Ausência de Remorso ou culpa

Insensibilidade afetivo-emocional

Indiferença/Falta de empatia

Estilo de vida parasitário

Descontroles comportamentais

Promiscuidade sexual

Transtornos de conduta na infância

Ausência de metas realistas de longo prazo

Impulsividade

Irresponsabilidade

Incapacidade de responsabilidade pelos seus atos

Excesso das relações conjugais de curta duração

Delinquência juvenil

Revogação da liberdade condicional

Versatilidade criminal

 

O perfil psicopático é considerando a partir do ponto de corte de 23 pontos, estabelecido pelo instrumento, em amostra e validação brasileira, em conformidade com os critérios científicos e de fidedignidade. (MORANA, 2004).