A importância da empatia na advocacia
Seria possível você se colocar no lugar de uma pessoa cega e entender o que ela sente? Provavelmente não, pois você consegue enxergar, jamais deixou de ver e construiu todos os seus posicionamentos e valores a partir do fato de que você consegue ver tudo à sua volta.
terça-feira, 20 de dezembro de 2022
Atualizado às 15:09
Quantas vezes você já ouviu que deveria ser "mais empático" ou, então, escutou algum comentário crítico dizendo: "você não tem empatia".
Mas, afinal, o que é empatia?
Empatia é um sentimento abstrato, que envolve se colocar no lugar do outro. O entendimento sobre os acontecimentos é muito individual, e podemos ser empáticos apenas algumas vezes. Mas é importante entendermos, que ao nos colocar no lugar do outro, estamos ali com as nossas vivências e posicionamentos, não com os do outro.
Seria possível você se colocar no lugar de uma pessoa cega e entender o que ela sente? Provavelmente não, pois você consegue enxergar, jamais deixou de ver e construiu todos os seus posicionamentos e valores a partir do fato de que você consegue ver tudo à sua volta.
E qual a importância da empatia na advocacia? Saber se colocar no lugar do outro, do seu cliente, da outra parte e do juiz, pois isso poderá ajudá-lo a desenvolver argumentações. Saberes diversos e profundos estão envolvidos neste processo: saber fazer escolhas, entender alegrias, medos, arrogância, agressividade e ignorância, ou seja, o que há de bom e ruim em alguém, para conseguir colocar-se no lugar do outro, sobre qual o olhar do outro.
Abandonar as próprias emoções, crenças ou expectativas na totalidade será praticamente impossível. Deste modo, o primeiro passo é entender que ninguém é perfeito, integralmente bom ou ruim.
Algumas dicas de como desenvolver a empatia são: refletir sobre diferentes formas de pensar e agir em uma mesma circunstância; entender que as escolhas são individuais e dependem da vivência, experiência e conhecimento de cada um; prestar atenção a detalhes e aceitar o diferente; ouvir atentamente o que o outro diz e ser gentil nesta escuta; estar disponível à ouvir e entender o contexto da fala do outro; reconhecer as diferenças e vulnerabilidades, para enxergar cada pessoa de uma maneira.
Quando o profissional só consegue enxergar um lado da questão, ele limita muito mais as suas possibilidades de solução. Pense nisso!