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Brasil, um dos piores países para se aposentar no mundo

Distribuição de renda de forma eficaz, estabilidade econômica e redução da inflação e dos juros são caminhos importantes na busca de uma aposentadoria que dê sustento e qualidade de vida aos brasileiros.

quinta-feira, 6 de outubro de 2022

Atualizado às 07:54

O Brasil é considerado o segundo pior país do mundo para se aposentar, ficando atrás apenas da Índia, segundo relatório feito pela consultoria de investimentos Natixis, em um ranking global de 44 países. A pesquisa cruza diferentes dados relacionados à saúde, qualidade de vida, inflação e bens materiais até chegar neste resultado final. A informação, apesar de constrangedora, não é surpreendente já que a realidade dos aposentados no Brasil é, infelizmente, desmotivante e reflete a injustiça aplicada na vida daqueles que trabalharam e contribuíram com o INSS por toda uma vida de labor e sacrifícios.

Ainda de acordo com o relatório, os melhores locais para se aposentar são Noruega, Suíça, Islândia, Irlanda e Austrália. Na América Latina, o país melhor classificado é o Chile, na 34ª posição. Já no Brasil, dentre os maiores agravantes estão a desigualdade salarial no país, a renda per capita e a taxa de desemprego.

O valor recebido pelos aposentados no Brasil não condiz com as mudanças no mercado que está cada dia mais inflacionado. A aposentadoria possui um valor baixo, já a inflação e os juros são altos e maltratam os bolsos dos aposentados, fazendo com que os preços de energia, combustíveis, alimentos e moradia disparem. Fica difícil acompanhar os altos índices, e o aposentado passa a ter um valor irrisório em mãos para a sua sobrevivência, dependendo cada vez mais da ajuda dos familiares mais próximos. Uma realidade dura, que coloca em jogo a qualidade de vida e saúde de muitos brasileiros,  atingindo negativamente, na maioria das vezes, a dignidade da pessoa humana.

Por isso, é tão importante falarmos em planejamento previdenciário. O primeiro passo é avaliar o valor das contribuições realizadas no passado e na atualidade, uma vez que, com a Reforma da Previdência, será realizado o cálculo de todo o período contributivo e não apenas sobre os melhores e maiores valores contribuídos como era realizado anteriormente. Caso queira fazer uma análise pontual das contribuições, basta verificar a situação no site do INSS.

É inevitável que o sentimento de muitos trabalhadores seja de que nunca conseguirão ter uma vida com maior qualidade, especialmente se dependerem da aposentadoria pelo INSS. Vivemos em um mercado inflacionário e instável que não nos dá a garantia de uma qualidade de vida no futuro. Se possível, a previdência privada deve estar em nossos planos e metas já que, infelizmente, não podemos contar com a benevolência do Estado.

Lillyane Rocha

Lillyane Rocha

Advogada sócia da Jacó Coelho Advogados. É graduada em Direito pela Universidade Salgado de Oliveira - Universo, especialista em Direito Previdenciário pelo Curso Proordem, com curso de extensão em Processo Civil pela Damásio Educacional.

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