Times engajados são movidos pela inspiração
O líder, em regra, é ponto de referência do time.
quinta-feira, 21 de julho de 2022
Atualizado às 08:42
Excelência naquilo para o que se propõe ao lançar-se no mercado é, inegavelmente, um dos pilares entre os objetivos de toda e qualquer corporação. Guiando-se por seu propósito, que é o carimbo e a memória que pretende deixar em seu público, o time deve estar sempre consciente das forças que o movem. Cada integrante é essencial para que os resultados positivos apareçam.
Para que tudo isso ocorra, é necessário engajamento completo da equipe, geral e individual, que deve estar genuinamente conectada àquele propósito. E, claro, deve ser corretamente conduzida a isso, já que o engajamento está diretamente abraçado à maior e melhor performance da empresa. Ao passo que, quanto mais ligado e comprometido está um time, mais facilmente são superados os obstáculos para se chegar ao objetivo.
Um time unido a um propósito coletivo suscita experiências mais humanizadas e empáticas com todos os públicos de relacionamento da empresa. Por exemplo, por meio da comunicação assertiva e da eficaz compreensão das necessidades dos clientes, tanto internos como externos. Daí a importância de se ter um propósito - razão de ser da empresa - claro, objetivo, compreensível e que faça com que o time se sinta representado, tanto por sentir-se respaldado quanto por compactuar daquele propósito.
Como maneira de consolidar o objetivo empresarial, é importante lembrar de alguns pontos primordiais para que a participação e empenho geral sejam fomentados: a automação máxima e inteligente, a padronização de procedimentos, a realização de treinamentos contínuos e o desenvolvimento de um plano recorrente de identificação e eliminação de custos invisíveis. Essas ferramentas e técnicas visam a auxiliar na gestão do tempo e no desenvolvimento humano de cada colaborador, fazendo com que os integrantes da equipe de fato compreendam todas as etapas do processo e contribuam não só porque acreditam que estão fazendo a diferença, mas porque de fato fazem.
Além de todas as ferramentas físicas e entrega de um ambiente próprio para o desenvolvimento da equipe, como é possível tentar conquistar e sempre aprimorar o engajamento? Por meio do investimento no desenvolvimento humano das lideranças que compõem a corporação. O líder, em regra, é ponto de referência do time. E não apenas os líderes assim definidos dentro da estrutura organizacional, mas todos aqueles que, seja por personalidade, perfil ou competência, têm aquelas características que os tornam influenciadores e os transformam em norte para se chegar ao referido alvo de excelência da empresa.
É evidente que a responsabilidade daqueles que exercem essa função específica é ainda maior. Além de influenciarem pelo exemplo e forma de trabalho, precisam naturalmente inspirar e, dia a dia, renovar a inspiração a cada novo desafio da dinâmica jornada corporativa. Para isso, o exercício da liderança deve ser orientado para e pelo propósito da empresa. O líder tem que ser maduro, confiante, multidisciplinar e não demonstrar fragilidade, sem prejuízo de aceitar a mentoria reversa, ou seja, aprender a ser mentorado por seus liderados com menos experiências de gestão, mas, eventualmente, com mais experiência em outros aspectos. Saber ouvir para buscar uma solução conjunta e eficiente para a questão que lhe é trazida e não apenas escutar já com uma resposta simples e prática, e ao mesmo tempo, identificar situações em que a praticidade é a resposta - mas apresentar isso de forma clara e sem jamais aparentar desinteresse.
E, claro, mesmo sempre mantendo a seriedade e comprometimento que todo ambiente corporativo exige, é possível temperar a liderança e o convívio diário com uma pitada de humor. Isso, muitas vezes, serve para quebrar aquele gelo inicial, para trazer leveza ao ambiente ou, simplesmente, para gerar momentos - por vezes subestimados, mas tão necessários - de descontração.
Tudo isso, inicialmente, depende de perfil e vontade, mas, é possível de ser alcançado pela experiência do dia a dia, pela troca sincera com todos os integrantes do time. O que pode ser feito independentemente da função exercida por cada um e, ainda, pela busca contínua de conhecimento e desenvolvimento pessoal e profissional, unindo as soft skills (tão, e cada vez mais, essenciais) com as hard skills, de forma com que aqueles que fazem parte de seu círculo de relacionamento corporativo desejem alcançar mais resultados e se tornarem melhores dentro dos objetivos que têm traçados. Esses desejos ocorrem porque enxergam nos que os conduzem aquele ponto indescritível de inspiração.
Anelise Roberta Belo Bueno Valente
Advogada e gestora da equipe Smart Law no escritório Rücker Curi Advocacia e Consultoria Jurídica. Pós-graduada em Direito Processual Civil Aplicado pela Escola Brasileira de Direito. Mediadora e árbitra pela Câmara Nacional de Esportes.