Responsabilidade social corporativa das instituições de saúde
A consciência pública mais ampla sobre sustentabilidade e responsabilidade corporativa na seara da saúde inspira a criação de soluções mais eficientes.
quinta-feira, 2 de junho de 2022
Atualizado às 09:43
Atuar em saúde requer um olhar analítico pautado na sustentabilidade. O ato de cuidar das pessoas precisa levar em consideração o indivíduo e o seu entorno, em prol de práticas ambientais, sociais e de governança relacionadas à responsabilidade social corporativa, indo além das tradicionais métricas econômico-financeiras.
Preocupar-se em promover a saúde implica também em desenvolver o consumo consciente de recursos naturais, por meio do gerenciamento adequado de resíduos de saúde e do investimento em infraestruturas sustentáveis. O correto descarte destes materiais também é imprescindível na gestão ambiental eficiente nas entidades de saúde, com a finalidade de evitar possíveis contaminações do meio ambiente. O lixo hospitalar não alocado corretamente pode provocar doenças que podem inclusive se alastrar globalmente.
O setor da saúde também mobiliza diversos stakeholders (partes interessadas), no sentido de melhorar a qualidade de vida das pessoas, desde aquelas que sirvam para aumentar a saúde das pessoas até ações que promovam a educação e o estimulo à alimentação mais adequada de toda a população. É preciso capacitar os funcionários da saúde de forma a valorizar a educação, a redução de desigualdades, a melhoria da saúde mental e estimular a inclusão, o engajamento dos funcionários, a relação com as comunidades e a proteção de dados. A pandemia do covid-19 despertou maior atenção para o ambiente de trabalho em face da grande quantidade de trabalhadores diagnosticados com burnout (síndrome do esgotamento profissional) e/ou ansiedade.
Aliada à responsabilidade social e ao cuidado com a saúde, estas Instituições devem estimular às práticas de compliance capazes de promover o mecanismo de prevenção, controle e monitoramento, em prol transparência, ética e segurança do paciente, propiciando maior credibilidade da empresa. Compliance é o direcionador para combater práticas antiéticas e inidôneas por vezes verificadas na seara da saúde por meio do reforço da cultura organizacional da empresa.
A consciência pública mais ampla sobre sustentabilidade e responsabilidade corporativa na seara da saúde inspira a criação de soluções mais eficientes por meio de um crescimento econômico e social mais igualitário e sustentável. Trata-se de um processo que exige tempo, conhecimento e investimento e que será muito relevante à reputação das empresas. Inexoravelmente, as entidades do setor de saúde que não estiverem em conformidade com as políticas de responsabilidade social corporativa serão negativamente afetadas frente à sociedade.
Francisco Petros
Advogado, sócio responsável pela área societária, compliance e de governança corporativa do escritório Fernandes, Figueiredo, Françoso e Petros Advogados.
Janaína Prado Cedro
Advogada no escritório Fernandes, Figueiredo, Françoso e Petros Advogados.