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Gestão jurídica e inovação - Parte 4: controladoria jurídica

Dentro dos escritórios e departamentos jurídicos, a controladoria jurídica ocupa, no organograma, o nível gerencial que permitindo que os advogados não se distraiam e foquem em aumentar a produtividade em benefício dos clientes, dos escritórios e departamentos jurídicos.

sexta-feira, 25 de fevereiro de 2022

Atualizado em 7 de março de 2022 18:00

(Imagem: Arte Migalhas)

A controladoria jurídica é uma inovação dentro da gestão jurídica que surgiu nos Estados Unidos com o nome de paralegal, como um diferencial para os escritórios e departamentos jurídicos.

No Brasil, esse modelo Paralegal, originário dos Estados Unidos, passou por diversas adaptações, evoluções, sendo acrescentadas atividades ao longo dos anos, muitas destas gerenciais, que fez com que o modelo originário e existente nos Estados Unidos fosse ficando num patamar inicial, e fez surgir a Controladoria Jurídica nos moldes brasileiros, num nível evolutivo e gerencial de maior relevância quando comparado ao modelo Paralegal originário dos Estados Unidos dentro do organograma organizacional.

A controladoria jurídica no Brasil é "um setor do escritório de advocacia ou departamento jurídico que atua dando suporte ao setor técnico, garantindo a efetividade, a qualidade, a segurança e a agilidade nos serviços jurídicos e realizando a análise de resultados da produção jurídica. Ela também atua como guardiã do software de gestão, assegurando sua integridade, e como o setor de qualidade do escritório e departamento jurídico, criando, fiscalizando e mantendo os procedimentos padrão. De qualquer forma, o importante é compreender que ela é o setor responsável pela gestão centralizada dos serviços jurídicos."1

Samantha Albini, pioneira na área de Controladoria Jurídica no Brasil, "aconselha que o setor, dentro do escopo, tenha a atuação mais ampla possível, no sentido de dar todo o apoio ao setor técnico, retirando destes as tarefas que não precisam, necessariamente, ser executadas no jurídico. É isso que garante ao escritório ou ao departamento jurídico os melhores resultados."2

De mais a mais, é por meio da controladoria jurídica que os advogados conseguem focar no que é essencial, aumentando a sua capacidade produtiva com consequente aumento na lucratividade/rentabilidade aos escritórios e departamentos jurídicos.

Se por um lado, ter a controladoria jurídica é uma inovação na gestão jurídica e um diferencial de qualidade, produtividade e rentabilidade/lucratividade, diferenciando os escritórios e departamentos jurídicos que a possuem dos demais, sendo uma excelente ferramenta dentro do cenário competitivo atual, tê-la implantada agrega valor como diferencial de organização e controle de toda a rotina jurídica, uma vez que esta, traz para si, tarefas burocráticas, atividades operacionais e gerenciais e que demandam tempo, planejamento e atenção.

Embora, tantas vantagens existam, essa inovação, ainda, é uma realidade de poucos escritórios.

"O erro da maioria dos advogados é pensar que somente escritórios grandes necessitam de uma controladoria jurídica implantada. Pesquisas revelam que escritórios que possuem a partir de 1.500 processos já podem e devem implantar uma controladoria para melhor gerir o trabalho e obter melhores resultados."3

Dentro dos escritórios e departamentos jurídicos, a controladoria jurídica ocupa, no organograma, o nível gerencial que permitindo que os advogados não se distraiam e foquem em aumentar a produtividade em benefício dos clientes, dos escritórios e departamentos jurídicos.

É nela, na Controladoria Jurídica, que encontramos uma gestão centralizada dos serviços jurídicos com métricas e análise de dados por meio de dashboards e business inteligence. É a controladoria jurídica que também auxilia os gestores nas tomadas de decisões, bem como, voltam-se a entregas de valor, conseguem gerir e dar suporte aos advogados e demais equipes para que foquem nas teses e nas soluções jurídicas desejadas pelos clientes. A maturidade desse setor gerencial levará os escritórios de advocacia e departamentos jurídicos para a concretização do uso de ferramentas que auxiliem o setor e agilizem as atividades repetitivas e operacionais muitas vezes com a ajuda da inovação, da tecnologia e da automação.4

E por fim, lanço a pergunta: Existe correlação entre o Legal Ops e a Controladoria Juridica? Vamos descobrir no próximo artigo!

___________

1 SAMANTHA ALBINI. Controladoria jurídica: para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos. Curitiba: Juruá, 2014, p. 127.

2 Albini, Samantha. Controladoria Juridica para escritórios de advocacia e departamentos jurídicos/ CURITIBA: Juruá,2014. P. 134

3 https://www.aredacao.com.br/artigos/75710/origem-e-funcao-da-controladoria-juridica/

Origem e função da controladoria jurídica- Bruna Machado e Priscila Salamani. Acessado em 13/11/2021

4 TISO, Gleicy Michella de Souza Lima. O papel da controladoria jurídica dentro dos escritórios de advocacia e departamentos jurídicos . Disponível em: www.migalhas.com.br/depeso/351538/o-papel-da-controladoria-juridica-dentro-dos-escritorios-juridicos

Gleicy Michella de Souza Lima Tiso

Gleicy Michella de Souza Lima Tiso

Graduada em direito pela FIR/PE em 2011. Graduada em odontologia pela FOP/UPE em 2001 e pós-graduada pela ABO/PE em estética restauradora. Membro do grupo Mulheres Agilistas e do Business Agility Institute Brasil (BAI Brasil). MBA premium em gestão para escritórios e departamentos jurídicos pela Baiana Business School (em andamento). Sócia/ gestora da área de controladora jurídica/ Legal Operations do escritório Ivo Barboza & Advogados Associados. @gleicylimatiso

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