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Políticas de inovação e apoio para Mulheres e Meninas na Ciência

Aline Gonçalves de Souza e Isabella Villanueva Ramos

Neste 11/02, ressaltamos a importância de encontrar formas de estimular a presença de meninas e mulheres na ciência.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2022

Atualizado às 08:08

 (Imagem: Arte Migalhas)

(Imagem: Arte Migalhas)

O Dia Internacional das Mulheres e Meninas na Ciência é comemorado em 11 de fevereiro. A data foi criada em 2015 pela ONU e UNESCO e chama a atenção para ampliar a presença das mulheres em áreas científicas estratégicas, especialmente em ciência, tecnologia, engenharia e matemática, representadas pela sigla em inglês STEM.

No Brasil, apenas 28% das pesquisadoras dessas áreas são mulheres, de acordo com o relatório The researcher journey through a gender lens (2020), produzido pela Elsevier. A disparidade também é verificada na oferta de financiamento para startups lideradas por mulheres. Pesquisa feita com mais de 2.000 empresas, durante cinco anos em diversos países, alerta que o gap de financiamento não é facilmente explicado pelas diferenças qualitativas das startups.

Um conjunto de evidências demonstrou que há viés e percepções de risco pelos investidores que fazem com que priorizem investir em startups lideradas por homens. Com isso, afasta-se a explicação comum de que a disparidade se daria por outras questões não relacionadas à gênero como qualidade da startup, nível de educação das pessoas chaves, experiências anteriores, propriedade intelectual, setor de produção ou geografia, conforme o estudo "Venture Capital and the Gender Financing Gap: The Role of Accelerators - 2020". Diante desse desafio, nós - autoras deste artigo - participamos de um importante projeto para criar um ambiente mais favorável à inovação, considerando as preocupações ESG - environmental, social and governance.

Em agosto de 2021, a Fundação Parque Tecnológico Itaipu aprovou a sua Política de Inovação e Negócios. Qualificada como uma Instituição de Ciência e Tecnologia - ICT, a Fundação reestruturou seu Planejamento Estratégico e reconheceu a importância de criar uma Política de Inovação. O documento tem o objetivo de orientar as ações institucionais de incentivo e gestão da inovação, de forma a proporcionar a participação estratégica nos esforços da Fundação PTI-BR para o desenvolvimento local, regional e nacional. Dentre as questões previstas na Política estão, por exemplo, as diretrizes para a celebração de parcerias público e privadas para desenvolvimento de tecnologias e novos negócios, bem como relacionamento com o ecossistema das startups.

Para a Fundação PTI-BR, a criação da Política de Inovação foi uma etapa importante para potencializar as suas relações com startups e setor produtivo, ao mesmo tempo em que deu ferramentas para garantir o impacto socioambiental das parcerias que realizam, incluindo questões de gênero. Todo o processo contou com a assessoria do escritório Szazi, Bechara, Storto, Reicher e Figueiredo Lopes Advogados (SBSA), especializado em organizações da sociedade civil, inovação, negócios de impacto e ESG.

A partir de situações concretas vivenciadas pela Fundação PTI-BR, foi possível desenvolver um parecer jurídico avaliando as ações planejadas pela Fundação por meio de diversas áreas do direito, como societário, tributário e trabalhista. Após análise das recomendações do parecer, SBSA e Fundação PTI-BR trabalharam juntas na proposição de melhorias internas para a Fundação, buscando os melhores arranjos jurídicos para o cumprimento da sua missão.

Ponto de destaque foram os três dias de treinamento realizado presencialmente em novembro de 2021, em Foz do Iguaçu. A Fundação PTI-BR ofertou aos seus colaboradores, com o apoio de SBSA, um treinamento e metodologia bastante prática e participativa acerca da operacionalização da sua nova Política de Inovação e Negócios.

Neste 11/02, ressaltamos a importância de encontrar formas de estimular a presença de meninas e mulheres na ciência. Há uma excelente oportunidade para que Instituições de Ciência e Tecnologia (ICTs) públicas ou privadas elaborem suas Políticas de Inovação de modo a atender às demandas trazidas pela agenda ESG. Com isso, contribuirão para a redução de desigualdades em nosso país ao buscar diminuir a diferença de gênero em seus portfolios, produtos e serviços.

Aline Gonçalves de Souza

Aline Gonçalves de Souza

Sócia de Szazi, Bechara, Storto, Reicher e Figueirêdo Lopes Advogados. Doutoranda em Administração Pública e Governo pela Fundação Getúlio Vargas.

Isabella Villanueva Ramos

Isabella Villanueva Ramos

Analista de inovação e ganhadora do prêmio destaque na Diretoria de Negócios e Inovação da Fundação Parque Tecnológico de Itaipu em 2021.

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