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Hidrogênio verde: futuro promissor para economia pernambucana

Adalberto Arruda Silva Júnior e José Itamir Leite de Oliveira

No último dia 12 de agosto, a Câmara Setorial da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD DIPER) promoveu reunião para debater a "A Era do Hidrogênio Verde".

quarta-feira, 18 de agosto de 2021

Atualizado às 08:18

(Imagem: Arte Migalhas)

Se, atualmente, a energia é o tema central nas agendas governamentais mundo afora, o hidrogênio verde (green hydrogen) é a bola da vez dentro da pauta energética global. A premente necessidade de descarbonização da economia, decorrente das preocupações com o aquecimento global, impulsionou vários países a instituírem suas estratégias nacionais voltadas à produção do hidrogênio verde, dentre os quais, destacam-se Alemanha, Portugal, Espanha e Austrália. 

Não esqueçamos que o setor de energia é o maior responsável pela emissão de Gases de Efeito Estufa (GEE) em termos globais. Neste contexto, o hidrogênio, enquanto insumo para geração de energia limpa, é a grande aposta como vetor de descarbonização da economia. 

O hidrogênio (H2) é um gás que pode ser obtido de modo sustentável, a depender das fontes e tecnologias utilizadas no seu processo produtivo. O hidrogênio verde (green hydrogen) resultante da eletrólise, quebra da molécula de água (H2O), a partir do uso de energias renováveis (eólica, fotovoltaica, etc), é aquele classificado como menos poluente. Porém, o hidrogênio musgo (tonalidade mais escura do verde), derivado do etanol e do bagaço de cana (biomassa), apresenta excelente qualificação na escala de classificação de sustentabilidade do hidrogênio. 

Pernambuco, além do potencial produtivo de hidrogênio verde (green hydrogen) por meio da eletrólise da água, possui vantagens competitivas singulares quando se trata do hidrogênio oriundo do etanol e do bagaço de cana (biomassa), por abrigar um cluster do setor sucroenergético. 

No último dia 12 de agosto, a Câmara Setorial da Agência de Desenvolvimento Econômico de Pernambuco (AD DIPER) promoveu reunião para debater a "A Era do Hidrogênio Verde". Na ocasião, palestraram o Dr. Plínio Nastari, PhD em Economia Agrícola pela Iowa State University e presidente da Datagro, e o representante da Câmara de Comércio Brasil-Alemanha, Ansgar Pinkowski. Evento mediado pelo presidente do Sindaçúcar-PE, Renato Cunha, também contou com as falas do Secretário de Desenvolvimento Econômico do Estado de Pernambuco, Geraldo Júlio, e da vice-prefeita de Recife, Isabella de Rodão.  

A reunião demonstra a importância do tema para o desenvolvimento de Pernambuco. É importante destacar que, em maio do ano em curso, o governador Paulo Câmara instituiu grupo de trabalho para tratar de diretrizes voltadas aos projetos de hidrogênio verde e que, em junho do corrente ano, o governo de Pernambuco anunciou o início dos estudos de viabilidade de projeto de produção de hidrogênio verde da Qair Brasil, que pode atrair US$ 3,8 bilhões em investimentos para o estado. 

Em suma, as cartas estão sobre mesa e elas nos revelam o potencial do hidrogênio verde para agregar valor à economia pernambucana, gerando emprego e renda de modo sustentável. As iniciativas estão em curso e o melhor aproveitamento da oportunidade dependerá da estruturação de uma estratégia nacional, onde estados, a União e os agentes econômicos devem dialogar na busca do aperfeiçoamento das premissas institucionais favoráveis à produção desse combustível transformador do perfil produtivo da geração de energia.

Adalberto Arruda Silva Júnior

Adalberto Arruda Silva Júnior

Advogado associado do Nelson Wilians & Advogados Associados.

José Itamir Leite de Oliveira

José Itamir Leite de Oliveira

Advogado. Procurador do Município de Aracaju-Sergipe. Mestre em Direito, Governança e Políticas Públicas. Membro da União Brasileira de Advocacia Ambiental (UBAA) e do Instituto Brasileiro de Direito de Energia (IBDE).

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