Afinal, qual é a pauta mais importante a campanha da vacinação ou a campanha eleitoral?
É sabido que toda crise sanitária gera uma crise política, mas precisamos romper com a dogmática de que um representante eleito resolveria tudo.
terça-feira, 22 de junho de 2021
Atualizado às 16:07
Recentemente, o Brasil ultrapassou a marca de mais de meio milhão de mortos pelo advento da covid-19, a pandemia do século, que atingiu toda a humanidade. Frente a tais números, não há o que ser comemorado, mas, sem dúvidas, existe o que ser aprendido. Nesse momento, apuram-se responsabilidades, infrações, crimes, culpados... a população lota as ruas em manifestos calorosos pacíficos ou até violentos demonstrando insatisfação política pela falta da vacina, enquanto que identificamos o proveito do momento para jogos políticos. E, me pergunto: Em que momento discutir sobre as próximas eleições foi mais importante que unir forças de entidades e gestores políticos pela vacinação efetiva de mais brasileiros?
É sabido que toda crise sanitária gera uma crise política, mas precisamos romper com a dogmática de que um representante eleito resolveria tudo. Falhamos, como um todo. De certo, foi um conjunto de falhas e a verdade é que apurar culpados, é importante, mas não vai resgatar as vidas perdidas, tampouco, aprimora o sistema governamental. Na verdade, encontrar os supostos culpados, disseminar revoltas ou discursos odientos põe fim a sensação psicológica de impunidade, mas precisamos ir além nessa análise dos fatos vividos. É tempo de revisitar "a busca por um culpado" e enxergar como essa crise pode ser enfrentada de forma mais efetiva a preservar mais vidas que morrem todos os dias. De que forma as entidades e o governo podem se empenhar para acelerarem a ministração da vacina aos brasileiros? Nesse momento, essa é a campanha em pauta, a campanha da vacina, a campanha pela vida!
A partir do momento que, 99% dos brasileiros se encontrarem vacinados é que podemos considerar pertinente a apuração de responsabilidades de forma a aprimorar os mecanismos científicos e tecnológicos segmentados à saúde, além do poder executivo e legislativo. Isso porque quando falamos em saúde, educação, lei, economia e gestão, estamos falando em política, pois não há mudança significativa senão pela política, mas esta não se precipita à vida que é um direito de todo e qualquer ser humano existente etoda vez que mais uma vida é perdida perde-se mais um voto pela esperança de dias melhores.