Ataques cibernéticos na pandemia e a lei geral de proteção de dados

Durante a pandemia do coronavírus (covid-19) todos os setores sofreram transações com os períodos de lockdown. Grande parte da sociedade se adaptou à nova realidade de trabalho, como o homme office, e-commerce, engajamento virtual. Essa evolução digital vai permanecer em nosso cotidiano, nos traz muitos benefícios, porém tem suas consequências, no caso, se trata dos crimes cibernéticos. Muitos acreditam que a segurança de sistemas computacionais evolui à medida que outros avanços tecnológicos acontecem, mas infelizmente não é bem assim.

Em 2020 um estudo da TransUnion (nyse:teu) companhia global de soluções de informações e insights de dados, descobriu que o phishing, ou roubo de identidades on-line, é o principal esquema de fraude digital em todo o mundo nesse período de crise. Nesse mesmo ano, o Brasil se encontra no ranking dos países mais atingidos no mundo por tentativa de roubos de dados pessoais ou financeiros, e, a empresa de segurança cibernética Kaspersky aponta em uma pesquisa o crescimento de 330% em ataques cibernéticos nos meses de fevereiro a abril, isso se agrava devido ao aumento de compras on-line e o trabalho remoto. A segurança de dados no homme office desestabiliza por não termos os instrumentos necessários para protegê-los, nos locais de trabalho físico a segurança é maior.

Grandes empresas são vítimas desses ataques digitais, citando a empresa Avon, que sofreu um incidente cibernético em seu ambiente de Tecnologia de Informação, em função disso, alguns sistemas foram interrompidos e houve paralisação parcial das suas operações. Em 2020 houve um ataque hacker na rede Superior do Tribunal de Justiça (STJ) com invasões ocorridas nos sistemas de informática do Governo do Distrito Federal e da União, o ataque nos servidores do STJ bloqueou a base de dados do tribunal e paralisou a maioria das atividades da corte penal. Após denúncia do Idec, em 2019, o Instituto Nacional do Seguro Social, assumiu a existência de um esquema de vazamento de dados de aposentados e beneficiários para agentes de setor financeiro.

É necessário adotarmos meios de prevenção para protegermos nossos dados pessoais, de clientes, escritórios, empresas, todos os dados ligados ao mundo digital. A proteção mais técnica são os antivírus, programas fornece maior proteção tecnológica. Para protegermos dados, também precisamos ter certos cuidados em nossa rotina, como: armazenarmos somente o necessário, termos mais atenção com mensagens enganosas, não clicarmos em qualquer anúncio, e criarmos o hábito de lermos as políticas de privacidade de todas redes que navegamos.

Contudo, questiona-se: A lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) ajuda com os danos do mundo digital? A resposta é sim, a LGPD foi criada para impor regras e limites para toda a sociedade, teve prorrogação em 2018 e entrou em vigor em agosto de 2020, nos fornecendo ajuda em relação aos vazamentos de dados. O marco civil da internet, LGPD, código de defesa do consumidor, entre outras, é um conjunto de leis usadas para proteger a sociedade, a necessidade é o princípio que está dentro dessas leis. Na legislação é positivado o direito de recorrermos a indenizações em casos específicos.

Uma dica da implementação da LGPD, as empresas, redes em que navegamos, aplicativos, para sabermos se são confiáveis, basta procurarmos a política de privacidade, termos de uso, nesse acesso conseguimos identificar o modo que protegem, armazenam, se transferem os dados para terceiros, estará explicando tudo sobre aquele ambiente que estamos acessando, lendo podemos saber se é confiável para expormos nossos dados pessoais. A sociedade precisa se informar e ter mais acessos as LGPD, o vazamento de dados é ilegal. É de grande ajuda os advogados transcenderem a barreira do processo, orientar as pessoas sobre a lei e como se prevenir. A legislação é nova, porém abriu um leque de oportunidades para todos se protegerem, a LGPD atinge e beneficia todas as áreas de modo geral, se o mundo tecnológico está expandindo, é preciso evoluir as precauções na mesma proporção.