Mundo jurídico e moda: O que sua roupa fala sobre você?
É indispensável entendermos que um traje não é somente uma "cobertura", mas também um indicador de quem somos ou desejamos ser.
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Atualizado às 08:01
Alguma vez já se perguntou o que sua forma de se vestir pode indicar sobre você?
Certamente todos já tivemos dúvidas sobre o melhor traje para um casamento, o primeiro dia de trabalho, uma entrevista de recolocação, reuniões de negócios e até um almoço de domingo em família.
Vamos pensar da seguinte forma: para escolher um animador de festa, escolheria alguém vestido com um traje social sóbrio ou com algo mais casual, colorido e alegre? E em contrapartida, qual seria a vestimenta escolhida para a apresentação de um novo projeto à diretoria de uma empresa?
É indispensável entendermos que um traje não é somente uma "cobertura", mas também um indicador de quem somos ou desejamos ser. Além disso, um traje adequado demonstra implicitamente que a pessoa assimilou o contexto do qual está participando e, mais do que isso, o respeita. Embora deva estar claro que, conforme o dito popular, "a aparência não é tudo", é importante entendermos também que a vestimenta faz parte da construção da imagem de cada indivíduo - e transmite mensagens sobre ele.
Há muitos estudos e grandes embates em relação à moda. Inicialmente, era vista majoritariamente como uma expressão artística e social. Hoje, contudo, busca-se entender sobre a forma como a moda reflete ou influencia a sociedade e até mesmo o mundo corporativo e organizacional.
As vestimentas convencionadas que utilizamos hoje em dia para cada tipo de ocasião foram costumes compostos através de muitos anos. Assim, independente de considerarmos essa construção social uma influência positiva ou negativa, é de suma importância sabermos nos adaptar a ela sempre que necessário.
Adequar-nos em relação ao traje utilizado em um meio, seja o familiar, empresarial ou jurídico, é uma característica extremamente positiva. Essa influência do meio não é algo negativo, pois sempre é possível manter as referências, crenças e valores agregados à personalidade de cada indivíduo. Identifique o que deseja transmitir através de sua imagem e busque algo que atenda esse requisito sem perder sua essência.
Seguindo nessa linha de raciocínio, no ambiente jurídico podemos observar um visual menos casual e mais social, pois acredita-se que assim é possível transmitir mais segurança e seriedade. Essas características são de extrema importância para conquistar a confiança de seu cliente para representá-lo e até mesmo impor respeito entre colegas de trabalho e autoridades. Esse ainda é um ambiente controverso e repleto de tabus.
Entendido isso, como posso saber se estou me vestido adequadamente?
A globalização e a Era da Informação já permitem enxergar mudanças em todo o mundo em relação ao tema abordado, fazendo com que se disseminem mais rapidamente. Algumas empresas já optaram pelo dress code (código de vestimenta) livre, sem restrições, contando com o bom senso de seu colaborador e adequando a cultura organizacional para que esteja alinhada a esse ambiente menos formal e, em tese, mais produtivo.
Assim, o mais sensato é observar como seus colegas de trabalho se vestem diariamente e ali buscar as principais referências para a escolha do traje. Toques pessoais são bem-vindos, entretanto é importante cuidar para que não sejam exagerados e continuem demonstrando entendimento do contexto no qual se está presente. Em ocasiões específicas, como reuniões e confraternizações, é totalmente válido verificar com o RH se existe algum manual de conduta ou regras, para evitar riscos e se prejudicar.
Portanto, é importante levar em consideração alguns fatores para decidir o seu look e evitar desconfortos. Alguns desses fatores são: a área de atuação, a empresa, o cargo que ocupa e o que almeja transmitir aos demais.
Alguns clássicos sempre em alta: evite roupas muito sóbrias ou coloridas demais, decotes, roupas muito largas, barba mal feita, roupas muito curtas e / ou apertadas, acessórios em excesso, maquiagem forte e até cheiros (preocupar-se com odor e perfume em exagero).
Não se esqueça de que, no meio jurídico, a vestimenta é um fator relevante na imagem do profissional e que ainda se preza bastante pela formalidade. Dessa forma, procure não arriscar de imediato em trajes que fogem do social mais clássico e busque conhecer o escritório, a empresa ou o cliente com quem você está lidando. Comece utilizando trajes semelhantes aos de seus pares e chefes e, com o tempo, entenda o limite aceitável pelas outras partes em relação a composição do traje.
Na dúvida, aposte sempre em cores neutras ou combinações harmônicas, maquiagem básica, poucos adereços, sapatos que se afinam com a vestimenta. Por fim, confie em seu talento, aposte em seu potencial e tenha a certeza de estar entregando o melhor de si.
_________
*Beatriz Milena Gurskas é especialista em recrutamento e seleção do Grupo Inrise de recrutamento jurídico, Graduada em Administração de Empresas.