Por que um selo empresa amiga da família?
O selo representará um reconhecimento público para aquelas que, de fato, implementarem essas práticas, promovendo o equilíbrio trabalho-família entre seus funcionários, o que, por outro lado, redundará necessariamente em maior apoio social e econômico, como comprovado pelas pesquisas feitas pelo referido observatório.
sexta-feira, 18 de outubro de 2019
Atualizado às 10:48
A Secretaria Nacional da Família do Ministério da Mulher, da Família e dos Direitos Humanos acaba de lançar o SEAF para animar empresas a focar em sua maior riqueza: cada pessoa que nela trabalha e sua família, que, por sua vez é decisiva para seu bom desempenho.
Desde o final do milênio houve uma séria preocupação em relação às empresas no que se refere ao tema sustentabilidade ecológica e a responsabilidade social devida neste tema. Paralelamente, a preocupação foi crescendo também com relação ao que se pode denominar de sustentabilidade relacional, capaz de tornar o ser humano realmente feliz e realizado.
Sendo uma das funções determinadas no decreto que constituiu a secretaria, promover o equilíbrio trabalho-família - e a partir de uma profunda pesquisa e benchmarking realizados pelo Observatório Nacional da Família - foi assumida como meta dos 200 dias a conscientização das empresas sobre boas práticas nesse sentido, para que possam tornar-se familiarmente responsáveis, acompanhando as profundas mudanças que o milênio vai trazendo para o binômio família-trabalho, fundamentais para o completo florescimento humano em sua vertente racional e relacional.
As transformações sociais locais e globais do último século vão se instalando progressivamente tais como a conquista de postos laborais pela mulher; a tomada de consciência da necessidade do papel do pai no lar; a longevidade e a consequente importância de promover a solidariedade intergeracional, etc.., trazendo consigo questões importantes como o cuidado na família. Proteger e projetar os direitos humanos em novas condições levou este Ministério a buscar soluções culturais que possam efetivamente auxiliar para que cada membro viva seu papel insubstituível em seu lar, como pai, mãe, filho, etc. , e, ao mesmo tempo, possa fazer sua diferença para a sociedade, oferecendo seu aporte ao mercado de trabalho, o que pode ser efetivamente potencializado através de políticas públicas que favoreçam o equilíbrio trabalho-família.
Nesse sentido, nossa Secretaria apresenta o edital do selo com o intuito de sensibilizar as empresas acerca do impacto das boas práticas organizacionais familiarmente responsáveis no que se refere ao engajamento, à estabilidade e à produtividade, elencando opções e suscitando reflexão, para que as empresas possam assumi-las voluntariamente e comprovar sua eficácia.
O selo representará um reconhecimento público para aquelas que, de fato, implementarem essas práticas, promovendo o equilíbrio trabalho-família entre seus funcionários, o que, por outro lado, redundará necessariamente em maior apoio social e econômico, como comprovado pelas pesquisas feitas pelo referido observatório.
O objetivo, portanto, não é estabelecer critérios engessados, criando mais uma obrigação para as empresas, mas oferecer uma plataforma mais humana, capaz de redundar em um real desenvolvimento social e econômico, pois, decididamente, a pessoa equilibrada e a família bem estruturada trabalha muito melhor.
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*Angela Vidal Gandra da Silva Martins é presidente do Instituto Ives Gandra de Direito, Filosofia e Economia, advogada na Advocacia Gandra Martins e professora de Filosofia do Direito, membro da Academia Brasileira de Filosofia.