Risk assessment: análise de riscos no âmbito empresarial
Frequentes são os casos de pessoas que se lesionam no local de trabalho ou sofrem de problemas de saúde graves relacionados ao trabalho. É por esse motivo que a avaliação de riscos é tão importante, a fim de propiciar um ambiente de trabalho saudável e seguro.
quinta-feira, 27 de junho de 2019
Atualizado em 26 de junho de 2019 13:07
A avaliação de riscos constitui a base da abordagem comunitária para prevenir acidentes e problemas de saúde profissionais. Não há como se falar em avaliação de riscos sem falar de auditoria interna e controladoria, uma vez que esses dois departamentos da empresa têm como principal objetivo analisar e prevenir os riscos aparentes aos quais uma instituição pode estar sujeita.
Esse processo de avaliação de riscos deve ser bem conduzido pelos controles internos, pois, caso contrário, as medidas de prevenção adequadas não serão provavelmente identificadas nem tampouco aplicadas.
Mas, qual o conceito de "Riscos" e "Avaliação de Riscos"? Explico. Um risco é a possibilidade, elevada ou reduzida, de alguém sofrer danos provocados pelo perigo. A avaliação de riscos, por sua vez, é o processo que mede os riscos para a segurança e saúde dos trabalhadores decorrentes de perigos no local de trabalho.
Trata-se de uma análise sistemática de todos os aspectos relacionados ao trabalho, o qual identificará aquilo que é susceptível de causar lesões ou danos; bem como a possibilidade de os perigos serem eliminados. Por fim, não sendo possível eliminar por completo esses perigos, a análise contempla também as medidas de prevenção ou proteção que existem, ou deveriam existir, para controlar e, sobretudo, minimizar os riscos.
Frequentes são os casos de pessoas que se lesionam no local de trabalho ou sofrem de problemas de saúde graves relacionados ao trabalho. É por esse motivo que a avaliação de riscos é tão importante, a fim de propiciar um ambiente de trabalho saudável e seguro. Trata-se de um processo dinâmico, que permite às empresas e organizações implementarem uma política proativa de gestão dos riscos no local de trabalho.
Por essas e outras razões, é essencial que todas as empresas, independentemente da sua categoria ou dimensão, realizem avaliações regulares. Uma avaliação de riscos adequada, inclui, entre outros aspectos, a garantia de que todos os riscos relevantes são levados em consideração, a verificação da eficácia das medidas de segurança adaptadas, o registro dos resultados e a revisão dessa avaliação em intervalos regulares, para que ela se mantenha atualizada.
Para que todo esse processo elencado acima ocorra com perfeição é necessário que a empresa possua áreas independentes de controle de riscos, dentre elas podemos elencar a existência de um programa de Compliance com a finalidade de prevenir situações perigosas para a empresa; uma auditoria interna que fiscalize a organização como um todo, inclusive a atuação dos membros de Compliance e, por fim, a controladoria, que tem a função de ajudar a empresa e a alta direção nas operações, a fim de que as melhores decisões sejam tomadas baseadas sempre em um planejamento sólido.
A Controladoria mais famosa do Brasil, inclusive, é a CGU (Controladoria Geral da União), um órgão do Governo Federal responsável por assessorar diretamente a Presidência da República.
A relação entre auditoria e a gestão do risco visa exatamente evidenciar como cada tipo de auditoria (interna e externa) pode contribuir para o processo eficaz de gestão de risco, compatibilizando-os com os valores e a cultura da empresa, seja ela pública ou privada.
É essencial a presença da auditoria interna e da controladoria em uma organização, e deve ser eficiente. O Brasil costumava ser um local no qual quem tinha dinheiro fazia o que queria, sem respeitar pessoas e leis, porém, o novo cenário mexeu nesse tipo de pensamento.
Poder e dinheiro não estão acima de leis e atualmente para realizar bons negócios, sejam eles B2B ou B2C, o mercado exige que as organizações demonstrem sua idoneidade através de boas práticas de prevenção à corrupção e auditoria internas. A imagem é algo que não se recupera com facilidade e, portanto, empresários não estão dispostos a atrelar suas marcas a empresas com má reputação ou com frágil controle interno.
Para evitar desconfortos nesse sentido, um programa de Compliance eficiente, aliado a auditoria interna e a uma controladoria atuante são essenciais. Além disso, esse é um caminho plenamente capaz de evitar a prejudicial contaminação do seio empresarial por uma minoria mal-intencionada.
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*Jéssica Jardim é advogada da Jacó Coelho Advogados.