A revolução das bengalas
Nossa Constituição Federal diz: "Todos são iguais perante a lei". Porém, não é bem assim, vide a última revisão de aposentadoria, onde os já sofridos aposentados com um salário mínimo passaram a receber 16,6% de aumento, enquanto os outros "marajás" do INSS que recebem acima desse valor ficaram com uns minguados 5%.
segunda-feira, 24 de julho de 2006
Atualizado em 21 de julho de 2006 14:52
A revolução das bengalas
Sylvia Romano*
Nossa Constituição Federal diz: "Todos são iguais perante a lei". Porém, não é bem assim, vide a última revisão de aposentadoria, onde os já sofridos aposentados com um salário mínimo passaram a receber 16,6% de aumento, enquanto os outros "marajás" do INSS que recebem acima desse valor ficaram com uns minguados 5%.
Uma geração inteira de trabalhadores aposentados vê, ano a ano, a proximidade de um fim de vida miserável, na qual a promessa de uma velhice independente fica cada vez mais distante.
Esta grande massa de ex-trabalhadores que dedicou os melhores anos de suas vidas trabalhando para dar a seus familiares e à nação o melhor que podiam, vê hoje que anos de labuta, sofrimento e responsabilidade não resultaram
A expectativa de vida está aumentando e as famílias estão tendo menos filhos. Muitas em razão da questão financeira. Além disso, não temos escolas, saúde e nem segurança. Filhos já foram um dia sinônimos de amparo. Hoje não são mais.
Seria bom que nosso presidente, que diz que governa este País, lembrasse do episódio envolvendo um ex-ministro seu que levou uma bengalada, quando for vetar novamente o aumento a todos os aposentados aprovado pela Câmara, equiparando todos os que recebem o benefício com um ou mais salários mínimos. Pois, se uma bengalada ajudou a derrubar um ministro, será muito mais fácil, milhões de bengaladas não reelegerem um presidente.
*Advogada do escritório Sylvia Romano Consultores Associados