O que é preciso para inovar?
Para atingirmos essa inovação e uma mudança efetiva, devemos ser tão rápidos como as informações lançadas na internet.
segunda-feira, 19 de junho de 2017
Atualizado às 07:37
Criar novos produtos e serviços é imprescindível para atender a demanda do mercado. Mesmo desaquecido em alguns setores, o mercado continua a consumir das formas mais variadas possíveis, mas de maneira geral, sempre buscando o novo. Pouquíssimas vezes procuramos o reciclado ou apenas o escambo, que é muito comum em diversas culturas, inclusive de países desenvolvidos.
Então, é preciso inovar! Impressionante como essa palavrinha causa certo desconforto em todos nós, principalmente em uma época de incertezas políticas e contenção de gastos. Mesmo com todos esses pormenores, não é difícil ouvir sobre o nascimento constante de startups. Os empresários - leiam-se, de todos os portes e não apenas os gigantescos, começam a pensar entre pesquisar e desenvolver novas tecnologias ou copiá-las de seus concorrentes, para aprimorar ou inventar novos produtos e serviços de qualidade para agradar o consumidor. E, principalmente, pensam muito sobre o inovar...
Inovar para muitos significa gastar muito dinheiro com máquinas novas e softwares diversos, que muitas vezes não se adequam a realidade do empresário. Ou ainda, um tempo muito longo com pesquisas. Por outro lado, copiar tecnologias de seus concorrentes, a princípio aparenta ser mais atraente ao bolso.
Entretanto, copiar tecnologias não significa necessariamente um resultado igual ou efetivamente positivo para a empresa. Não é pelo fato que em uma empresa deu certo, que nas demais também dará. Tampouco, investir em tecnologias caras e inusitadas fará com que o consumidor fique mais ávido pelos produtos e serviços - e isso ocorre, pois, inclusive a forma de consumo está se modificando. Cada vez mais não basta o produto ser de boa qualidade, mas o consumidor deve se identificar com a mentalidade da empresa.
Para inovar de fato, teríamos que nos questionar sempre de onde vem a tecnologia, pois, a maior parte das vezes não produzimos aqui, mas importamos. Questionarmos se a tecnologia é de fácil acesso e não faz sentido ser o contrário e ainda se existem barreiras para a sua manutenção.
Portanto, para inovar não basta apenas adquirir novas máquinas ou copiar os seus concorrentes ou, ainda, criar "parafernálias" insustentáveis. Para inovar é necessário modificar a mentalidade de uma empresa ou até reforçar aquilo que se acredita e que se passa para o consumidor e acima de tudo quebrar paradigmas, o que não se consegue copiando ou viver importando. Toda a cadeia produtiva e de inovação deve ser afetada, dos diretores, fornecedores aos colaboradores, pois isso chega aos ouvidos, ou melhor, às telas e "touchscreens" das pessoas, que disseminam e tem acesso ao conhecimento de uma forma e velocidade nunca imaginadas, mas muito vivenciadas.
Logo, apenas com essa mudança de mentalidade e quebra de paradigma é que vamos conseguir inovar de fato, como vem ocorrendo com as startups, que já nascem com essa mentalidade. Mudarmos para melhorar nossas posições em rankings de inovação, tecnologia, sustentabilidade e de riquezas (e sua distribuição).
Portanto, para atingirmos essa inovação e uma mudança efetiva, devemos ser tão rápidos como as informações lançadas na internet e o nascimento de uma startup, mesmo que não sejamos startup.
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*Clara López Toledo Corrêa é advogada da Toledo Corrêa Marcas e Patentes.