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Ninguém se lembra da "mulher de César"

A quem não basta ser honesta; ela também precisa parecer honesta.

segunda-feira, 28 de novembro de 2016

Atualizado em 25 de novembro de 2016 07:03

A mídia não tem dado o correto destaque à infeliz (sob todos os aspectos) alegada tentativa do ministro Geddel Vieira Lima, de usar de influência política pressionando o seu colega da pasta da Cultura, Marcelo Calero, para liberar empreendimento imobiliário em Salvador onde Geddel é proprietário de um apartamento.

De maneira geral, os eleito para cargos públicos e os nomeados para cargos no executivo no Brasil se julgam MUITO superiores aos eleitores, e com direito a receber todo tipo de benesses e ao uso do cargo para benefício próprio.

O fato é que, nenhuma dessas figuras parece ter massa cinzenta e/ou discernimento para distinguir o certo do errado. Aliás, seria de se esperar que na já metade do segundo decênio do século 21 e à vista de toda "maracutaia" que tem vindo à tona envolvendo uma parcela considerável dos nossos ocupantes de cargos públicos ainda não aprenderam um dos mais comezinhos princípios da ética da vida pública, conhecido desde os tempos do império romano.

Ocupantes de cargos públicos têm obrigação indiscutível de saber que eles devem se comportar como a "mulher de César" a quem não basta ser honesta; ela também precisa parecer honesta.

Assim, ainda que, como repetidamente alegado pelo ministro, não tenha havido nenhuma pressão (há se apurar) o Presidente não pode, sob nenhuma circunstância mantê-lo no cargo. Ele precisa voltar para os bancos escolares sem demora.
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*Marcos Lobo de Freitas Levy é advogado e sócio do escritório A. Lopes Muniz Advogados Associados.

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