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O custo social e humano da obesidade: outra vez volto ao tema...¹

Cumpre ao advogado militante e participante no bem-estar da sociedade em que vive alertar, quanto possível, as inertes atividades sobre custos sociais da obesidade.

quarta-feira, 1 de junho de 2016

Atualizado em 31 de maio de 2016 16:06

Cumpre ao advogado militante e participante no bem-estar da sociedade em que vive alertar, quanto possível, as inertes atividades sobre custos sociais da obesidade. E, com tranquilidade, vivemos fazendo isso há anos.

Bom, a revista britânica The Lancet, cumprindo sua missão jornalística de verdade (sem farsa), neste março, apontou que, em geral, o Planeta, a partir de 1975 até hoje, - quando se iniciaram pesquisas sérias - mudou o seu número de tamanho de roupa: com a média de seis quilos a mais, por individuo, as moléstias crônicas se sucederam e os serviços públicos, honestos ou não, continuam pagando o aumento das despesas com o acréscimo das moléstias causadas pela obesidade. Basta dizer que o acréscimo foi significativo: de 150 passaram a 600 milhões de pessoas, que consomem (alimentam-se?) comidas inadequadas, bebidas muito calóricas e com excesso de açúcar!

Infelizmente, as mulheres superaram os homens, pois, enquanto estes, triplicando, passaram de 3,2% a 10,08%, elas - para gáudio dos experts - partiram de 6,4% para 14,9% (falamos do índice de massa corpórea, aqueles de 21,7 a 24,2 e elas de 22,1 a 24,4). Em síntese: os números assustadores mostram que os números aplicados seriam equivalentes, grosso modo, a cada pessoa ter aumentado de 1,5 quilo, em cada dez anos.

Se a fome do mundo, malgrado a vergonha disseminada, teria sido aliviada, mesmo assim, o escândalo supera o bom senso e a inteligência dos benfeitores da causa, porque, na China "capitalista", ela superou a marca histórica dos Estados Unidos, na classificação dos obesos e dos super-obesos, agora no patamar de 150 milhões. Quem se manteve com números não indecorosos foram os países anglo-saxônicos.

Tendo em conta que a pesquisa, pela seriedade, merece louvor, partindo do índice de massa corpórea (equação do cálculo do peso em kg dividido pela altura, com a sua interpretação sendo o peso acima de 19 a 24,9, em relação ao anormal de 25 a 29,9) são obesos os que vão além de 30 e obesos exagerados de 35 em diante.

Partindo desses dados, entre 1975 a 2014, a China, os Estados Unidos e a Índia lideram os manequins femininos de obesos e obesos exagerados, nesta ordem, Estados Unidos, China, Rússia e Brasil.

Quanto aos homens, os obesos, em 2014, são a China, os Estados Unidos e o Brasil; os super-obesos, Estados Unidos, China, México, Rússia e Brasil.

Sobreviver à abundancia é tema de novela, bem-criada e bem montada. Por isso, os novos legisladores - que nas figuras de Eduardo Cunha e Renan Calheiros são dois personagens de Magritte -, poderiam mirar os números crescentes, as causas dessa absurda elevação, o custo para a saúde pública, as doenças que passam os estigmatizados e, quando aprenderem a ter vergonha, a serem gentes dignas, patriotas e se voltarem ao país, sobretudo ao seu negro futuro, da queda da escala ao abismo da pobreza. Está camuflada, bem escondida e bem amparada pela cobertura (quiçá mais do que isso) da imprensa silente e complacente e conivente e do legislativo catapultado por sua incompetência e falta de interesse e pelo executivo (que paga a conta), porque se derrete na mediocridade e na inércia dos cavaleiros vencidos na batalha de troca do WhatsApp.

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1 A propósito, escrevi em MercadoComum, com o título "Comer, engordar, é só engolir fast food", em 2002, nº 158, ano X, p. 26.
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*Jayme Vita Roso é advogado e fundador do site Auditoria Jurídica.

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