Obsolescência X terceirização
Em tempos de evolução acelerada, a coisa não está para brincadeiras. A tecnologia e o conhecimento estão em constante transformação e, como um rolo compressor, ou nos fazem correr à sua frente ou nos deixam para trás e, o que é pior, passando por cima. Apesar de parecer uma analogia apocalíptica, infelizmente, ela é verdadeira. Hoje, em no máximo três anos , a infra-estrutura tecnológica de uma empresa está totalmente desatualizada, o que é um pesadelo para os administradores. E, como se isto não bastasse, o que ocorre com o conhecimento dos profissionais da área é ainda pior: a defasagem ocorre em apenas um ano. E, o veredicto é cruel: quem não investe e planeja a atualização constante da infra-estrutura e dos profissionais, perde competitividade.
sexta-feira, 25 de novembro de 2005
Atualizado em 22 de novembro de 2005 07:37
Obsolescência X terceirização
Rubens Manino*
Em tempos de evolução acelerada, a coisa não está para brincadeiras. A tecnologia e o conhecimento estão em constante transformação e, como um rolo compressor, ou nos fazem correr à sua frente ou nos deixam para trás e, o que é pior, passando por cima. Apesar de parecer uma analogia apocalíptica, infelizmente, ela é verdadeira. Hoje, em no máximo três anos , a infra-estrutura tecnológica de uma empresa está totalmente desatualizada, o que é um pesadelo para os administradores. E, como se isto não bastasse, o que ocorre com o conhecimento dos profissionais da área é ainda pior: a defasagem ocorre em apenas um ano. E, o veredicto é cruel: quem não investe e planeja a atualização constante da infra-estrutura e dos profissionais, perde competitividade.
Para enfrentar o problema da obsolescência, as corporações têm aderido à terceirização de serviços, equipamentos e pessoal especializado em TI. Por sua complexidade e constantes evoluções a área de TI, dentre todas as outras, é a que mais tem sido terceirizada. Um bom exemplo de crescimento da adesão ao formato é o setor de escritórios de advocacia. Para se ter uma idéia, existem bancas que delegaram tudo a terceirizadores e os resultados são excelentes, pois, além de elevar a qualidade do serviço, houve aumento na eficiência e redução significativa de custos.
De fato o outsourcing, como também é conhecido, tem sido uma resposta efetiva frente a esse processo acelerado de obsolescência dos equipamentos e, não é à toa, que tem caído na preferência dos gestores. A terceirização de infra-estrutura de TI demonstra vantagens tanto financeiras quanto técnicas e estratégicas. Há uma evidente redução de custos, uma vez que exige pequeno desembolso inicial; elimina custos de imobilização; de administração de patrimônio; de manutenção e ainda, o ônus de substituição de equipamento, em caso de defeito. Isto porque, a equação dos terceirizadores é simples: eles operam com o fator escala, ou seja, por possuírem vários clientes, podem comprar equipamentos e tecnologia mais eficientes por um preço menor.
Como se sabe, no modelo convencional, o investimento em hardware - CPU, RAM, HD etc. - é elevado. E as licenças de softwares também demandam atualização constante. Assim, a terceirização oferece vantagens técnicas insuperáveis, já que permite manter tecnologias de última geração; atualização constante; agilidade e flexibilidade na implementação; além de prover todo o aparato necessário e, ainda, contar com softwares legalizados, inclusive com sistemas de gestão; de proteção e segurança. Tudo, ao gosto do freguês.
Estrategicamente, o formato auxilia a focar nos objetivos do negócio. Assim, como a estrutura de TI necessária às empresas é bastante complexa e a dependência dela cresce exponencialmente, os administradores acabam empreendendo muita energia para entender algo que é desgastante e foge às suas atribuições. Neste sentido, a terceirização possibilita um grande alívio e também permite concentrar esforços na atividade principal, deixando a questão tecnológica para quem, de fato, entende.
E as vantagens não param por aí. Outro fator determinante, e que só recentemente tem chamado a atenção dos gestores, é a obsolescência profissional, que na área de TI, justamente pelo acelerado processo de evolução, desatualiza os conhecimentos dos profissionais muito rapidamente. Cerca de um a dois anos. É um tempo reduzidíssimo, se considerarmos os elevados custos dos treinamentos.
É evidente que a atualização constante é o caminho para combater este problema. E os terceirizadores mais competentes investem fortemente em treinamento continuado de sua equipe. Além disso, existe o grande diferencial de ganhos de experiência, devido às repetidas implantações, instalações e manutenções executadas em diversos clientes, o que propicia a rápida absorção de expertise em novos produtos e também a enfrentar os mais diferentes problemas.
Além disso, com o aumento da diversificação e da complexidade dos sistemas de informática, tornou-se necessário cada vez mais especialistas nos diversos produtos. Não há espaço nem atratividade nas pequenas e médias empresas para tantos especialistas. Assim os fornecedores de terceirização podem compartilhar os serviços desses profissionais entre os diversos clientes, reduzindo o custo para a empresa. Por outro lado, provêem uma visão mais apurada dos custos da área, que muitas vezes são difíceis de medir quando são utilizados recursos próprios.
Neste contexto, os profissionais terceirizados estão cada vez mais valorizados no mercado, tendo se transformado num patrimônio para os terceirizadores, que investem muito na especialização e não querem perdê-los para a concorrência. Deste modo, gerentes terceirizados de TI são os mais procurados, justamente por estarem em constante reciclagem de conhecimento. Afinal, convivem diariamente com mudanças, perfis corporativos diversos e demandas particulares, desenvolveram habilidades extensivas a vários tipos de negócios e estão aptos para lidar com diferentes linguagens de programação, sistemas e tecnologias.
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*Presidente da BCS Informática e Associados
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