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A qualidade no relacionamento com o cliente

Taís Heep de Sena

A qualidade de uma prestação de serviços jurídicos não depende apenas do cumprimento de metas. A satisfação do cliente também advém da boa gestão interna do escritório.

terça-feira, 6 de dezembro de 2011

Atualizado em 5 de dezembro de 2011 17:12

Taís Heep de Sena

A qualidade no relacionamento com o cliente

A sobrevivência dos escritórios não pode estar vinculada apenas à cobrança de resultados e à exigência de que as pessoas façam o melhor. É necessário que métodos sejam aprendidos e praticados por todos. Esse é o princípio da Gestão da Qualidade, que trabalha com conceitos voltados para o processo e não para o problema e envolve tanto clientes internos, quanto clientes externos, tendo como objetivo a satisfação das necessidades desses clientes.

Sendo a qualidade vista pela ótica estratégica nos escritórios, ela deve ser analisada e planejada pelos sócios e gestores para, então, ser aplicada em todos os níveis, sempre considerando que métodos de trabalho padronizados resultam em um atendimento de melhor qualidade e, consequentemente, um cliente mais satisfeito. A qualidade é responsabilidade de todos e deve ser respirada em toda organização.

Ao tratarmos de serviços jurídicos, alguns aspectos interferem diretamente na qualidade dos serviços prestados e, portanto, devem ser levados em consideração:

1) A qualidade do serviço depende da percepção de cada cliente.

2) O cliente participa do processo de produção: como o serviço jurídico depende da informação cedida pelo cliente, a qualidade do trabalho fica diretamente ligada à qualidade da informação cedida.

3) Ações corretivas são difíceis de aplicar: uma vez submetido um trabalho, não havendo qualidade, dificilmente existirá outra possibilidade de executá-lo.

4) Necessidade de personalização no atendimento: para muitos clientes a qualidade percebida no momento do atendimento, aliada à empatia entre cliente e advogado é fator determinante para a contratação do serviço.

5) Expectativas são dinâmicas: de acordo com o andamento do trabalho, a expectativa do cliente varia afetando a percepção da qualidade do trabalho.

6) Dificuldade em estabelecer padrões: sendo a produção intelectual a base para avaliar-se a qualidade do trabalho jurídico, a complexidade em estabelecer padrões torna-se maior do que em outros segmentos.

Conhecendo tais aspectos, é possível estabelecer alguns passos que levarão o escritório a atingir um nível de excelência na sua prestação de serviço, são eles os seguintes:

Passo 1: Determine quem são os clientes (clientes internos/externos/fornecedores) envolvidos no processo;

Passo 2: Determine quais são as necessidades de cada tipo de cliente;

Passo 3: Saiba como ajustar os processos para que sejam capazes de atender a essas necessidade;

Passo 4: Defina metas de qualidade (qualitativas e quantitativas) e avalie o desempenho (desejado x realizado);

Passo 5: A partir dos índices encontrados, defina as necessidades específicas de melhoria.

Conclusão

Para que todos possam trabalhar de acordo com os padrões estabelecidos, é necessário que os padrões criados sejam viáveis e tenham como objetivo facilitar o trabalho a ser executado, que haja treinamento nas atividades que serão exercidas, mas principalmente, que os sócios e gestores façam parte do processo de qualidade, servindo de exemplo para todo o escritório.

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* Sócia e consultora em gestão de serviços jurídicos na BHS Eventos Jurídicos e Consultoria.

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