Um Rio de maravilhosas oportunidades
Além da camada do pré-sal, a advogada aponta os eventos que o Estado do Rio de Janeiro sediará como fatores diretamente relacionados com a impulsão da economia fluminense.
quinta-feira, 10 de novembro de 2011
Atualizado em 9 de novembro de 2011 11:06
Patrícia Vieira Schmitt
Um Rio de maravilhosas oportunidades
Sob reforma geral, após anos de ostracismo, estagnação econômica e dificuldade do controle da criminalidade, o Rio de Janeiro passa por um processo de verdadeiro renascimento.
A descoberta do pré-sal; o desenvolvimento de política fiscal para fomento da indústria no Estado e a escolha da cidade do Rio de Janeiro como palco de grandes eventos internacionais estão impulsionando a economia e modificando profundamente a vida do Rio.
Os negócios gerados pela indústria petrolífera na região litorânea do Estado remetem a cifras bilionárias e representam uma infinidade de negócios e oportunidades na região. Estima-se que somente no que se refere à arrecadação de Royalties e de Participação Especial para o Estado do Rio de Janeiro e seus municípios pode ultrapassar a casa de 600 bilhões de reais durante toda vida útil desses campos descobertos1.
No entanto, não só de royalties de petróleo vive hoje o Estado do Rio de Janeiro. Graças a uma interessante política de incentivo fiscal iniciada em 2003 para fomento da instalação de indústrias, verifica-se acentuado crescimento da economia no interior do Estado.
A política de benefícios fiscais favorece indústrias específicas, tais como a de eletrônicos, gráfica e têxtil, e ainda incentiva indústrias implantadas em determinadas regiões, algumas de grande interesse econômico tendo em vista a proximidade com importantes rodovias.
De acordo com a FIRJAN aguarda-se para os próximos 3 anos investimentos no Rio de Janeiro de cerca de R$181 bilhões destinados a criação de centros tecnológicos e implantação de fábricas do setor de energia, por exemplo.
Não menos importantes são os eventos internacionais que vem se realizando na Cidade do Rio de Janeiro. Em 2007, recepcionou os Jogos Pan-Americanos, iniciando o investimento em centros esportivos de primeiro mundo na Cidade; em 2011, a Cidade recepcionou os 5º Jogos Mundiais Militares e o Rock in Rio. Em 2013, ocorrerá a Copa das Confederações; em 2014, a tão esperada Copa do Mundo; em 2015, a Jornada Mundial da Juventude, com a visita do Papa e; em 2016, para fechar com medalha de Ouro, as Olimpíadas e Paraolimpíadas.
A Cidade inteira está se remodelando para abrigar tão importantes eventos. São muitas as "mega construções", túneis e viadutos serão construídos e destruídos, projetos antigos de reorganização urbana e de lazer que há décadas se discutiam saíram do papel, como o Portomaravilha, a chegada do metrô na Barra da Tijuca e a construção da casa definitiva do Rock in Rio.
A magnitude dos eventos que ocorrerão no Rio de Janeiro exigirá uma remodelação da Cidade, o que já se verifica pelas obras espalhadas por todo canto e o crescimento exponencial do setor relacionado à construção civil.
O legado a ser deixado para a Cidade é de relevante importância, não só para a infraestrutura da Cidade, mas principalmente para reforçar sua vocação natural: o turismo, tão pouco explorado e que segundo as experiências das demais cidades sede de Copas do Mundo e Olimpíadas, terá crescimento relevante.
Os investimentos na Cidade são altíssimos. Segundo estudo da Pricewaterhouse os investimentos estão direcionados principalmente aos setores de infraestrutura (33,6 bi/62,5 mil vagas), turismo (13,6 bi/11,9 mil vagas), indústria inovativa - setor de TI e Telecom - (4,5 bi/8,7 mil vagas), indústria criativa (1 bi/3,2 mil vagas) e financeira (1 bi/3 mil vagas).
O êxodo de empresas para localidades menos custosas ou promissoras fez do Rio um Estado fantasma, mas hoje, com toda a efervescência que vive o Estado, verifica-se não só o retorno de empresas que já tiveram suas sedes pelas terras fluminenses, mas de novos investidores apostando em seu potencial. Pode-se afirmar que estamos defronte a um Rio de maravilhosas oportunidades e muito trabalho pela frente!
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1 Preço médio de venda do petróleo de US$ 100,00 e a taxa de câmbio de R$2,00 por dólar.
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*Patrícia Vieira Schmitt é advogada do escritório De Vivo, Whitaker, Castro e Gonçalves Advogados
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