Intelectuais
Um programa televisivo (GloboNews) a propósito do paradeiro dos intelectuais contemporâneos me chamou a atenção, especialmente porque a tendência geral (franceses, americanos e brasileiros) é a de concluir que os intelectuais estão regionalizados, tendentes a entrincheirar-se nos nichos de sua própria sociedade, abstendo-se de tratar de temas mais universais.
quinta-feira, 7 de julho de 2005
Atualizado em 6 de julho de 2005 14:40
Intelectuais
Eduardo Dietrich e Trigueiros*
Um programa televisivo (GloboNews) a propósito do paradeiro dos intelectuais contemporâneos me chamou a atenção, especialmente porque a tendência geral (franceses, americanos e brasileiros) é a de concluir que os intelectuais estão regionalizados, tendentes a entrincheirar-se nos nichos de sua própria sociedade, abstendo-se de tratar de temas mais universais.
Já o entrevistado brasileiro não tem dúvidas em sentenciar: nossos intelectuais têm uma preponderante tendência a engrossarem as fileiras da política. São aproveitados imediatamente deixando a pureza da profissão de intelectual propriamente dita.
Foi extremamente esclarecedora a entrevista, pois agora se pode entender porque nossa política internacional não vai além de nossos vizinhos, porque falar uma língua estrangeira é dispensável e porque a nossa própria língua é tão privilegiada com regionalismos tão internos em Brasília.
O curioso é notar que, se tantos intelectuais estão comprometidos com a política nacional, como é que não se compreende que metáforas não criam fatos e que dizer o óbvio de maneira tão pomposa é intelectualmente nulo, ou , ainda, que zurrar com eloqüência não vai tornar o mundo mais esclarecido?
Provavelmente são tão intelectualmente superiores que somos nós, que não estamos à altura de nenhum Protágoras, que não entendemos a verdade por eles propalada: "repetir a mesma mensagem de mil maneiras diferentes a torna verdadeira".
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* Advogado do escritório Newton Silveira, Wilson Silveira e Associados - Advogados