A busca da excelência para os bons e maus tempos
Após delinear o atual cenário econômico mundial, o autor volta-se para o mercado doméstico e sua alta carga tributária.
segunda-feira, 8 de agosto de 2011
Atualizado em 5 de agosto de 2011 10:53
A busca da excelência para os bons e maus tempos
Rodrigo Ochoa Piazzeta*
O mundo vive um momento ímpar em sua história recente. De um lado, vê-se o rápido avanço de novas tecnologias que reduzem distâncias, tornando os mercados muito próximos, acirrando a competição entre entes econômicos de diversos países, contribuindo para a redução de preços e de margens de lucro.
Por outro lado, o cenário econômico apresenta-se altamente conturbado, com países antes considerados periféricos adquirindo relevância no contexto global e as tradicionais potências norte-americana e europeia sofrendo com uma crise de endividamento sem precedentes.
Diante desta realidade, as empresas brasileiras veem-se inseridas na competição global sem a habitual proteção do câmbio, pois a divisa americana apresenta uma trajetória de desvalorização que se mostra irreversível no curto e médio prazos.
No mercado doméstico, contribui para tornar o cenário ainda mais difícil para as empresas nacionais a alta carga tributária, sem contrapartida em benefícios na saúde, segurança e infraestrutura, além da mais alta taxa de juros real do mundo.
Considerando que todos estes fatores são exógenos, sem que qualquer companhia tenha poder de alterar a carga tributária, a taxa de juros, o câmbio, ou os efeitos que surgem desta revolução tecnológica em curso, não resta outra alternativa que não a de buscar otimizar seus recursos e processos internos.
A procura incessante pela qualidade e pela eficiência é o melhor caminho para superar as dificuldades que surgem de fatores externos. Nesse sentido, ser excelente na sua gestão administrativa e financeira, na sua produção, no atendimento ao cliente e na comunicação com o mercado deve ser premissa permanente para todas as empresas.
No âmbito financeiro, a orientação pela excelência deve levar as empresas a rever constantemente seus planos de contas e seus métodos de produção, na tentativa de conseguir produzir melhor com menos recursos. Deve ainda buscar a otimização do custo dos recursos financeiros, através do planejamento correto de suas necessidades de capital.
As empresas que se guiarem pelos preceitos da excelência, construirão bases sólidas para superar os momentos adversos e poderão aproveitar com mais intensidade quando a conjuntura voltar a se mostrar favorável.
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*Economista e diretor do escritório Piazzeta e Boeira Advocacia Empresarial
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